por Marcelo Firpo

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Juno

Quase deixei de ver Juno, como deixei de ver Pequena Miss Sunshine nos cinemas. Quase fiz isso porque ouvi demasiadas opiniões sustentando que a) Juno era o Pequena Miss Sunshine deste ano e b) É só legalzinho, nada demais. Nada disso. Pequena Miss Sunshine eu vi esses dias na TV, e confirmou-se a idéia que eu tinha a respeito do filme, de que é um Sundance default, dá control + R no laptop do Robert Redford e aparecem pastas e mais pastas com roteiros assim. Juno, não. Minha tese é de que essa Diablo Cody é praticamente uma lama. Só alguém com um carma muito bom poderia escrever um roteiro assim, sem vilões, sem violência física ou psicológica, sem crueldade e, ainda assim, envolvente, interessante. Ficava o tempo todo esperando que alguém se mostrasse terrivelmente perverso, que alguém passasse por uma situação excruciante, que alguém fosse barbaramente abusado (bom, tem a técnica de ecografia, mas para efeitos de tese vamos desconsiderá-la), que a van da família capotasse na neve ou que a guria fosse estuprada por uma matilha de cães selvagens no caminho da casa para a escola, mas nada disso acontece. O filme é bom, do começo ao fim. Na verdade, a bondade dele desarma. Tu entra no cinema achando que vai entrar em mais um atoleiro de ironia espertinha de sitcom, mas não. Me peguei várias vezes pensando na absoluta impossibilidade de um diretor brasileiro filmar uma história como esta, de como a cultura nacional ia se meter em tudo e arruinar cada fotograma com doses generosas de crítica social, melancolia coitadinha e maneirismos estilísticos. Existe um tipo de arte que só se consegue fazer quando todo o básico já foi equacionado. Até lá, dê-lhe Central do Brasil.

25/03/2008 14:05 | Comentários (7) | TrackBack (0)