por Marcelo Firpo

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Saudades eternas do barroco

O AlexRod manda um texto legal pra lista do Insanus, perguntando se o Google está nos deixando mais estúpidos.

Tem algumas bobagens lá pelo meio, uma certa gratuidade sensacionalista na referência ao Google e um tom ludita autodeclarado e auto-reconhecido, mas também tem algumas premissas que soam verdadeiras.

Quando ele fala que o taylorismo segue à toda no mundo, não tenho como discordar. Meus últimos anos profissionais têm sido bem assim, é flagrante a tentação de fazer tudo de bate-pronto devido a uma série de fatores, entre eles a dispersão e o acúmulo de tarefas.

Hoje em dia estou numa posição de direção, de coordenação, mas o fato é que quando estava lá na base do processo, a linha de montagem não parecia uma linha de montagem tanto assim.

A sensação é de que hoje em dia eu resolvo um monte de coisas a mais do que antes, mas não porque tenha ficado mais rápido ou mais esperto, mas simplesmente porque aumentou o número de coisas a serem resolvidas. Solução natural? Taylorismo.

Às vezes, quando leio alguma coisa mais antiguinha, tipo os gregos, fico meio besta, me perguntando como as pessoas podiam suportar a complexidade formal da escrita e da fala, dos diálogos, as circonvoluções, os floreios e os rodeios pra chegar no ponto. Não que eu acredite que todo mundo conversasse assim na peixaria, mas era um tipo de mente que não existe mais, com a exceção, talvez, de um David Foster Wallace da vida. Quero dizer, eram habilidades que estavam lá para serem usadas quando necessário e que deviam ser praticadas com alguma frequência.

Essa vontade de voltar a estudar tem um pouco a ver com isso, de tentar criar um tempo diferente, uma zona autônoma temporária, pra usar uma expressão do começo da internet. Quando descobri que o curso de design estratégico que estou pilhado pra fazer fica numa ex-casa de padres que era usada pra retiros na época em que eu estava no colégio, tudo pareceu fazer mais sentido. Estudar é tentar se retirar um pouco da linha de montagem e refletir sobre ela.

23/07/2008 17:58 | Comentários (4) | TrackBack (0)