o pior do fórum.
Foi assim: não me pergunte que grande besteira rondou mi cabecita no domingo de noite. Fato é que voltei ao Acampamento da Juventude. E, acredite, fui disposta e tentando ao máximo me valer da experiência.
Já na entrada, a fome se apresentava em níveis absurdos. K e eu cogitamos um cachorro-quente, mas fomos adentrando mais no local pra ver se surgia outra opção mais interessante. Logo de cara, nos deparamos com isso: pessoas entoando um cântico mezzo religioso e separados dos seres sãos por um cordões de isolamento. Vários deles cantavam, outros só faziam de conta. Todos tinham ar de estar em outro lugar, e seus pezinhos iam de um lado para o outro. Vezemquando, a galera silenciava e vinha uma flautinha. Os caras tinham tomado o tal do Santo Daime.
Tal fato me deixou meio assim-assim. Não por moralismo nem nada, mas defendo que não é o local. A coisa chegou ao extremo da hipponguice.
Seguimos a caminhada.
Sem querer, chegamos num lugar natureba. Pedimos pizza de queijo e vegetais. Medo. O troço não tinha nenhuma espécie de gosto. Fui engolindo e o que eu mais apreciava naquela altura era minha água gelada. Daí veio uma sirene. E foi quando tudo começou.
Pois então, veio a sirene e eu logo pensei, é só uma ambulância da SAMU que vem catar um bêbado. Tantos por aí. Mas então já era um bolo de gente olhando tudo para o mesmo lado. E essa história de olhares convergindo para um ponto diz sempre a mesma coisa: deu merda.
E que merda. Dentro de uma casinha dessas ecologicamente construídas e visíveis do peito pra cima por uma telinha, pessoas de laranja (os seguranças do Acampamento) estavam com uns maus elementos + um brigadiano. Ao redor, milhares de acampados gritavam LINCHA, LINCHA, LINCHA.
Para ser mais breve: um cara tentou estuprar uma menina e foi pego. Mais quatro pilantras estavam dentro da casinha do pavor por tentarem roubar barracas.
Daí, como é de praxe, a merda sempre tende a aumentar em GRANDES GRUPOS. O novo alvo da revolta eram os brigadianos, que se preparavam para levar o estuprador no camburão. Muda o grito: PORCOS, PORCOS, PORCOS. Chega a brigada montada, com aquele sabres muito simpáticos. Daí é que fode mesmo. Vão metendo os cavalos pra cima e afastando a galera. A casinha vai tomando pedrada, assim como o carro dos caras. E vem os cavalos, vem vindo, todo mundo sai correndo, dá uma sensação de 1964, mas logo se apaga: a lei não é uma entidade do mal, bando de ignorantes. Metem o sujeito no carro, conseguem ir embora, alguém grita ENQUANTO A GENTE TÁ AQUI, TEM CARINHA LEVANDO AS NOSSAS BARRACAS! Alguns correm em desespero.
Daí eu já não consigo mais nem falar. Quase choro num cantinho. Eu ODEIO aquele lugar com toda a força.
Tanto a cena me bateu que mal consigo escrever (o post ficou uma caca). O estupro, os roubos, e sobretudo a atitude do pessoal do acampamento.
Parece que a notícia não saiu em lugar algum.

postado por Carol Bensimon as 09:47 | pitacos (17) | trackBack (0)

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