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formatura.
Foi difícil dormir essa noite. Hoje é a formatura da Fabico, e o Gabriel se formaria nessa cerimônia. Um grupo de alunos organizou uma homenagem que vai doer imensamente, além da que há no convite: uma foto e um pequeno texto que pediram para eu escrever. O texto está leve, porque escrevi pensando no que o Gabriel gostaria de ler sobre si mesmo. Reproduzo aqui. Um milhão de saudades, Gabi. =*

Conheci uma vez o Gabriel, disse um amigo meu depois que confessei a dor da recente perda. Dez da noite. Comíamos um pote de häagen-dazs na Praça Maurício Cardoso - o tipo de coisa que o Gabriel faria. Uma nuvem de melancolia pairou sobre as nossas cabeças. O que faço eu, que conheci o Gabriel tantas vezes?
Então o amigo continuou: naquele dia, o Gabriel queria combinar de subir a serra pra comer massa. Sorri mais leve, quase rindo. O Gabriel sempre queria subir a serra para comer massa, e veja que estranhamento isso causava nos outros. É que os outros, na sua lógica, não viam razão.
O amigo fez um silêncio respeitoso, para que eu sozinha mexesse em algumas lembranças. A massa em São Francisco de Paula. Não era a melhor do mundo, tenho certeza. E o argumento do preço - que ele dava com freqüência - era apenas um disfarce bem bolado para que pegássemos a estrada, conversando, rindo, sendo ainda jovens. Que almoçar que nada. O Gabriel sabia, embora mantivesse tudo em segredo com o seu grande sorriso, que toda a diversão estava no caminho.

postado por Carol Bensimon as 10:40 | pitacos (8) | trackBack (0)

brioches.
Disseram ser para março a estréia do Marie Antoinette, o novo filme da Sofia Coppola sobre a figura polêmica dos brioches. Assisti o trailer no fim de semana na exibição de A Rainha. Se eu estava curiosa em como a Sofia conduziu um filme histórico, depois de ver o lettering do filme e o trailer embalado por um róque intimista, estou ansiosa para ver o que saiu. Perucas francesas de dois metros de altura e róque? Preciso.
Eu não achei o mesmo trailer que vi no cinema, mas esse daqui dá uma boa idéia da coisa toda.

postado por Carol Bensimon as 19:52 | pitacos (7) | trackBack (0)

bolas coloridas.
Provavelmente a melhor coisa que me aconteceu quando fui publicitária (ok, uma delas) foi clicar no link de uma newsletter e ficar totalmente transtornada assim que o vídeo carregou e bolas coloridas começaram a descer as ruas de San Francisco enquanto uma voz profundamente desesperançosa e um violão repetindo notas faziam a trilha. Era uma propaganda da Sony, porém os 2 segundos finais do perceber que sim, infelizmente era mesmo uma propaganda, não puderam destruir toda a beleza anterior. Vi e revi o vídeo tantas vezes que perdi a conta, profundamente tomada pela melancolia e depois pelo desejo de descobrir porque aquelas cenas tão simples me tocavam tanto. Como teste, mostrei para meu primo de 12 anos, e obviamente tudo o que ele conseguiu foi achar engraçado. Fiquei imaginando que carga eu recebi então no decorrer da minha vida para que eu lesse a soma das imagens e a melodia dessa maneira. Baixei Heartbeats, ou "a música das bolas", um cover tocado por Jose Gonzalez (a original é de uma banda chamada The Knives. Ouvi só uma vez). Baixei depois todo o cedê do Gonzalez e as músicas de EP. Ótimas (recomendo Down the hillside e Crosses). Mas Heartbeats ainda é a mais devastadora, e impossível não pensar que o que criou toda essa sensação foram em grande parte as bolas coloridas descendo pelas ladeiras e que parecem estar me falando diretamente de alguma tocante questão existencial. Por quê? Cansei de perguntar. Veja.

postado por Carol Bensimon as 18:49 | pitacos (15) | trackBack (0)

cinema I.
Faz tempo já, mas andei aproveitando uma sessão da tarde na Casa de Cultura para ir ver o tal Little Miss Sunshine. Sessão da tarde ali na frase anterior foi realmente inconsciente, mas um termo bem adequado para resumir minha opinião sobre o filme. Realmente, não achei nada demais, além do pôster e da música do Sufjan Stevens, Chicago, essa sim uma grande trilha para flanar na Porto Alegre desértica dos sábados às 18.
Na outra ponta do termômetro, Pecados Íntimos (Little Children) foi um arrebatamento só. Por enquanto, o melhor que vi esse ano. Saí obviamente transtornada, e com instantânea necessidade de ver de novo. Visualmente a coisa toda me agradou também, até porque todos os meus locais fictícios favoritos estão lá: a pracinha, a piscina, as casas todas iguais. Fiquei a fim de ir atrás do cara que escreveu o livro. Quero dizer, dos livros do cara. Parece ser coisa boa.

postado por Carol Bensimon as 06:50 | pitacos (9) | trackBack (0)

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