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capote.
Revoltante esse filme sobre o Capote. Jamais conseguirei ler qualquer coisa dele e sou capaz de sair no tapa com quem tentar defendê-lo.
postado por Carol Bensimon as 21:58 | pitacos (30)
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bar do colégio.
A Nestlé relançou o Deditos. Comprei, mas ainda não abri. Há um ano eu andava comendo uma emulação dele feita pela Parmalat, algo que se chama palitos de chocolate ou coisa parecida. Não era mau, mas um pouco difícil de achar.
Aproveitando a seção biscoitos, devo dizer que a coisa mais bizarra que já vi na vida se chama negresco invertida. Eu sei que não sou exatamente uma pioneira em estar falando disso nessas alturas, mas ainda hoje é impossível deixar de rir a menor menção dessa brincadeira comercial.
postado por Carol Bensimon as 12:55 | pitacos (5)
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focus.
Esses dias e sem nenhuma expectativa, vi um filme chamado Focus, baseado numa novela do Arthur Miller. E com
aquele sujeito de rosto estranho que sempre cai muito bem nos anos 40 ou 50. O argumento fabulesco é interessantíssimo: um belo dia o cara passa a usar óculos e a partir daí todo mudo começa a pensar que ele se parece com o judeu. Isso o faz perder o emprego e ser vigiado pelos vizinhos membros de um grupo fantasioso da supremacia branca, entre outras coisas que não posso (porque me falha a memória) e não devo contar.
Comprei o livro num balaio da feira, mas ainda não consegui começar. Há coisa demais para ser lida e estou tentando priorizar as leituras em francês. Mas cheguei já a olhar a primeira página, o que faço por hábito, e vi que ele começa como o filme: num sonho. Tenho uma implicância muito grande com sonhos em filmes ou obras literárias. Acho uma solução simples demais para revelar o subtexto ou algum desejo do personagem, não é não? O pior é quando querem num filme te enganar que aquilo é realidade, e de repente aparece um close do sujeito acordando em sobressalto e tal. Em todo o caso, não me fez gostar menos desse Focus.
postado por Carol Bensimon as 12:25 | pitacos (5)
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je suis désolée.
Fiz um blog em francês para os meus alunos e para quem mais estiver interessado em ter mais contato com a língua e/ou se informar sobre a França e o que venha de lá. Nele vou dar dicas de cinema, literatura, música, viagem, um pouco de gramática, bizarrices francesas em geral e o que mais for aparecer. Espalha aí para os teus amigos francophones:
www.desoleeleblog.blogspot.com
postado por Carol Bensimon as 21:00 | pitacos (6)
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o último.
Se alguém de menos de 35 se mata ou é morto, é bastante possível que ele tenha um perfil no Orkut e que esse fique morbidamente resumindo uma vida que acabou, enquanto o seu scrapbook se enche de xingamentos ou pêsames, vai depender do caso. O curioso é que, caso você decida perder um mínimo tempo de investigação fingindo que é CSI, é possível descobrir muito mais do que os jornais te dizem. E há gente que perde um bocado de tempo com isso, é verdade. Tanto que há até uma comunidade chamada Perfil de gente morta ou coisa parecida.
O caso da vez é o da garota e o professor de piano no motel. Pra quem não é de Porto Alegre: garota de 13 anos e seu professor, de 31, são encontrados mortos em um motel, em cujas paredes escreveram uma série de mensagens etc e tal. O curioso no perfil
dele (o dela foi deletado) é que claramente confirma o que tenho visto: quando o sujeito faz uma merda dessas, o seu about já estava indicando o quão insano o sujeito andava nos momentos antecedentes ao crime/suicídio. O que me leva à pergunta: como é que quem está próximo nunca percebe que algo está muito errado e a merda é para já? Veja que esse começa assim: 'UM ANJO ADORADO PELOS DEMÔNIOS JAMAIS "EVOLUIREI"'. E o que dizer disso: "(...)um verdadeiro sábio na hora de fazer a escolha ao se entregar a fatalidade na hora certa...". E mais: "par perfeito: Quem pertenca ao meu mundo que com certeza...........NAO E ESSE!!!!!!"
A maioria desses que tenho visto se matarem estão impregnados desse discurso de demônios e assemelhados, adoram citar coisas em latim e coisas do tipo, mas achei curioso o fato do professor de piano ser um obcecado pelo jazz. Se parte do gênero pode de repente se relacionar com a confusão mental do sujeito em questão, confesso que nunca imaginaria um suicídio com toques de pedofilia e trilha jazzística. Imagino mais um vernissage e pessoas segurando sobre guardanapos alguns canapés impossíveis de serem identificados. De qualquer forma, foge um pouco do clichê metal, embora não tenha conseguido fugir do clichê demônios e "eu não pertenço a esse mundo".
O motel agora é que vai se dar muito mal por ter deixado uma menina de 13 anos entrar. E pelo Orkut teve até gente dizendo mesmo qual era o motel, por supostamente ter lidado com os corpos num hospital não lembro o qual. É que invadiram a comunidade de alunos do professor para sair comentando do caso. Há uma profusão de tópicos e alguma tentativa de passar adiante histórias inventadas, como "ah, ele tinha aids e passou para ela". Os alunos mesmo do professor acho que deram no pé. De qualquer forma, descobri assim que entrei no perfil do sujeito que temos UM AMIGO EM COMUM. Assustador, mas só mais uma das razões para a gente se sentir tão incomodamente próximos dessas tragédias, coisa que tevê ou jornal nenhum faria. A própria idéia de "vi na tevê" já cria um inevitável afastamento. No Orkut ele é o cara ali do lado.
postado por Carol Bensimon as 12:02 | pitacos (8)
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tá, venceram.
Aqui vai a foto que descrevi no post abaixo. Se me processarem, tiro correndo e finjo que nem vi.
postado por Carol Bensimon as 19:33 | pitacos (9)
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robô de papelão.
Uma coisa que eu faço de vez em quando é roubar fotos do orkut. Entro aleatoriamente em álbuns e acontece às vezes d'eu encontrar uma foto realmente incrível. Essas que parecem dizer mais do que aquilo que está evidente, como uma obra de arte, mas talvez o mais incrível seja que nenhuma delas nasceu com essa intenção, aconteceu de serem assim tão expressivas totalmente sem querer. Hoje eu guardei uma de chorar. Ela é quase um livro inteiro, ou uma música das boas, se considerarmos o seu poder emotivo etc e tal. Há um menino duns oito anos com os braços abertos como um espantalho, e no corpo e nos braços e nas pernas ele prendeu caixas. Diz a legenda que está vestido de robô. Mas tem um ar tão sério que a sua seriedade e mais as caixas causam um certo mal-estar. Quase embaixo de um de seus braços há um outro menino com uma cara assustada e também olhando para a câmera, ele está meio acocorado, segurando uma bola azul e de chinelos com meia. Atrás deles há um pedaço de uma casa de madeira branca, uma coisa meio praia do Rio Grande do Sul, mas que, se não fosse pelo piso, bem podia estar no Alabama com uma cadeira de balanço e essas coisas todas.
Anyway. A foto parece um retrato definitivo de uma infância qualquer. Não vou conseguir parar de olhar.
postado por Carol Bensimon as 17:42 | pitacos (3)
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eu não sou emo, disse o menino de olho pintado.
Se tem uma coisa que emo faz bastante, é dizer que não o é. Até porque fica bem facinho rotular os outros, mas a si mesmo nananinanão, somos seres muito especiais e muito complexos para caber num movimento consumista. Com os emos o negócio está mesmo esquizofrênico, é o que indicam uns rápidos dados que coletei aqui e ali. Quero dizer, enquanto assistimos a profusão de elementos identificadores do grupo, agora até orelhinhas de coelho na cabeça e devo dizer que vi emos com TRAVESSEIROS na mão vagando por São Paulo, me parece que na hora de admitir-se como tal, o sujeito baixa a cabeça encabulado, quiçá dá até uma choradinha (o que só o confirmaria definitivamente como um membro). E os grandes pilares emo também entram na onda de se envergonharem em fazer parte de: há uns meses, vi a Fresno negando ser emo, bem como uma banda que, pasmem!, chama-se .emo. Com o nome .emo negar que é emo, aí já é demais, cidadão. E a última a declarar não ser emo foi a My Chemical Romance (o emo em estado bruto). Segundo uma blogueira (que diz que não é emo, embora ache o cedê excelente, claro), a banda "não tem e nunca teve a intenção de ser emo". O "timing ruim" teria feito a banda ser associada ao estilo. Me parece como Nirvana negar que é grunge ou Sex Pistols dizer que não é punk.
postado por Carol Bensimon as 10:37 | pitacos (12)
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semana do horror.
Conhece isso de ter oito coisas para fazer em prazos bem apertados, e aí então inventar a nona e dedicar-se a essa nona, que não tem nenhuma urgência ou importância imediata? Eu chamo de loucura ou negação, e há muito dessa(s) por aqui. Nesse caso específico, um blog em francês pros meus alunos, onde eu publicaria textinhos dando dicas de sites, de bandas, de livros, de viagem e etc. Mas enquanto vai se formando e executando a idéia, a semana aqui tá numas de me dar insônia: trabalho dobrando de uma hora para outra, produção literária dobrando de uma hora para outra, e a prova do mestrado para fechar. Crise nervosa quase se insinuando. Nenhum lugar quieto da casa para ler. Almoçar e jantar de pé.
postado por Carol Bensimon as 21:28 | pitacos (11)
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games.
Passou pela cabeça agora uma idéia rápida das que deixa um sorrisinho, e que a gente não sabe se é verdade ou mentira, mas que em todo o caso soa bem. É que talvez eu goste duns countrys chorados, desses bluesgrass e afins, desses I so lonesome I could cry, porque há muito anos jogava Full Throttle sem parar, e adorava entrar no trailer onde um homem gordo estava jogado num sofá porque a gente tinha chutado a porta com toda a força, onde havia algo pra se pegar na geladeira ou coisa parecida, mas o mais importante era aquele rádio do gordo que tocava sem parar uma coisinha muito antiga e muito engraçada para uma garota brasileira de treze anos. Era por isso que eu entrava no trailer tantas vezes. E eu lembro que eu e uma outra saíamos imitando pela aula, pelas casas dos colegas, aqueles lamentos que nos faziam rir sem parar. Queria saber que música era aquela para poder imitar de novo.
postado por Carol Bensimon as 21:34 | pitacos (9)
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revival.
É a figura, ainda que mal definida, de um inimigo o que ajuda a manter o patriotismo. Mas não me parece valer muito a pena quando abre descaradamente as portas para o terror, Passe por favor que estávamos à sua espera. Essa morte do Saddam vai dar uma confusão dos diabos, além de claramente cheirar a tiro no pé. Por falar em tiro, dizem que Saddam teria preferido o pelotão de fuzilamento, mas creio que o pessoal da América ache a execução pública na forca muito mais romântica, o que provavelmente será mais um erro: claramente vai virar um mártir.
postado por Carol Bensimon as 14:34 | pitacos (3)
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me dá um fone.
Li que em março Roger Waters chega por aqui para apresentar o Dark Side of the Moon todinho e mais uns outros hits do Pink Floyd. Será no Rio e em São Paulo. Gosto muitíssimo. Cogitei a possibilidade de assistir, mas tenho uma forte sensação que me diz que Dark Side of the Moon é pra ser ouvido em casa e na solidão. Mas aí fui pensar em que shows eu iria afinal, e não os encontrei. Música virou mais quietude do que ato coletivo. Aí percebi que estou adultecendo. Apesar da geleca.
E agora que estou me vendo com problemas de espaço no hd e impossibilidade para luxos como manter cds que não se ouve e etc, deletei com toda a coragem o Arctic Monkeys. Nunca ouvia e, quando caía por um acaso no shuffle, passava. Ainda assim, algum lado meu a fim de se integrar talveaz gritasse lá dentro que era preciso ser um pouco indie como o resto. Mas fazer o que se eu prefiro uma ripongagem Joni Mitchell ou Van Morrison, um sulzinho bluegrass, um francesismo accordéon dos Ogres de Barback? Vou me aceitando. Vai se aprendendo.
postado por Carol Bensimon as 15:52 | pitacos (8)
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brinquedos retardados para adultos hiperativos.
Estou aos poucos fazendo perto do computador uma coleção de brinquedos retardados para adultos hiperativos. Tudo começou com uma esquecida bolinha comprada numa excursão para Gramado da quinta série. A mesma viagem na qual algumas meninas ficaram trancadas no quarto porque as fechaduras do Continental não funcionavam muito bem. E que descobriram pedacinhos de alface no vaso do quarto da professora, a partir do qual muitas suposições maldosas foram feitas. Essa bolinha é daquelas que ficamos apertando para supostamente aliviar o stress. Nos últimos meses de agência, me foi totalmente útil. Além de apertar, eu costumava jogá-la contra o monitor. Infelizmente, pela idade (a dela), ficam caindo pedaços vermelhos por aí.
No fim de semana, comprei uma bola que parece daquelas de piscina de bolas, ela tem um elástico preso nela e então tu fica brincando feito um idiota como se fosse um io-iô. Sua mãe poderá dizer Cuidado os meus vasos chineses etc e tal. Ignore.
Mas foi em São Paulo que houve a melhor compra ever: um pote de geleca. Essa se chama Amoeba, mas é igualzinha à da infância, até o cheiro insuportável que todos aprendemos a gostar, porque ele nunca mais saía das mãos. Ainda não sai. Brincar com ela enquanto se escreve é delícia. O problema é que agora estou desolada com minha Amoeba. Em um mês, digamos que tenho apenas 2/3 dela. Onde foi parar o resto, é o que me pergunto sem parar. Creio que nos meus dedos. É preciso encontrar isso pra vender em Porto Alegre. Só sentindo que posso ter um estoque permanente de geleca para toda a vida é que estarei tranqüila.
postado por Carol Bensimon as 13:51 | pitacos (5)
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