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converse.
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Por que eu não me joguei, duas horas atrás, em cima de um converse preto lindo em promoção e do meu tamanho por 99,99?
É que tem outras prioridades para o guarda-roupa, mas essas coisinhas fofas me deixam babando. Talvez em Buenos Aires tenha mais variedade. Esperar.

postado por Carol Bensimon as 17:51 | pitacos (4) | trackBack (0)

ano novo
Sim, I'm a weirdo. Minha família nunca teve o hábito de virar o ano no litoral, até porque quem me conhece sabe que não sou muito chegada em praia. Na verdade, minha família nunca teve o hábito de fazer da virada um acontecimento. Semelhante coisa acontece no Natal, aquela janta insossa que fazemos e na qual nunca ganhei presentes - sou uma garota judia. Mas o Ano Novo consegue ser ainda pior. Além de não ter graça nenhuma e não me estimular a nenhum tipo de balanço do ano que passou nem a divagações sobre o próximo, minha mãe e minha tia sempre ficam emotivas e choram.
Vai ver o problema todo é que ninguém bebe exageradamente.
Juro que eu poderia sentir realmente RAIOS de mudança penetrando a pele SE eu estivesse em Paris ou algo assim. Mas Capão da Canoa, Tramandaí, sítio em Viamão, não, por favor. Minha casa, meus filmes, minha cama.

postado por Carol Bensimon as 15:00 | pitacos (9) | trackBack (0)

happy ending.
Eu sei, já disse que publiquei um conto na última Revista da Jovem Pan. Mas só soltei o fato ao vento, como se no subtexto repousasse um "ó, vai lá e compra". Não. Esqueci de fazer a reflexão básica, até porque, bem, meus amigos não vão comprar a revista, e é justamente aí que está a maravilha da coisa, justamente aí o início da boa sensação.
Não tenho a ilusão de achar que as 55.000 pessoas que compram cada edição (ao menos as mais vendidas, e não tem porque não acreditar que a com capa da Avril Lavigne será uma delas) vão ler o meu conto. Sem dúvida que outras partes parecerão muito mais atrativas, talvez até a sessão de cartas. Mas se umas 2.000 lerem (o que significa menos de 5%), estou satisfeita. Aliás, se 1.000 lerem, ou 500, ou 300, estou satisfeita da mesma maneira. O que importa é que não serão meus pais, meus amigos, nem tampouco gente que tenta ser escritor, como eu. É uma gurizada que está lendo Iracema e Os Lusíadas, por Deus, e eles estão precisando de uma coisa que possa agradar a eles tanto quanto uma letra do CPM22. E eu acho que posso oferecer isso de uma forma absolutamente sincera, como está na moda se dizer por aí, sem que para isso eu tenha que trair meus princípios literários. Me gusta demais que eu possa fugir do circuito que é sempre o mesmo. E que então eu caia sobre essa garotada que pode ler um pouco de suas próprias referências culturais e, bem, esperando que eles enxerguem o que está por baixo das meias listradas até o joelho, dos dreads e da despreocupação com a morte.
Além de tudo isso, devo dizer que é a primeira vez que me pagam para escrever. Quer dizer, já ganhei algum dinheiro com contos antes em concursos literários, mas então a grana soa pura bondade. Diferente, muito diferente. Igualmente boa a sensação de escrever sob encomenda, e de ver Carol Bensimon ali na capa, entre LS Jack e a filha do Raul Seixas.
Sinto que o esforço agora traz recompensas. É o começo, amiguinhos. É o começo. :)

postado por Carol Bensimon as 09:38 | pitacos (13) | trackBack (0)

mc rótula.
Um pouco de decrepitude e vazio. Estaria adequado se numa estrada do Texas. No Texas da minha cabeça, ao menos. Nada de ar-condicionado. Eu lembro do tempo que o McDonald’s da Protásio Alves era o point. Primeira pedra o que nunca BOLINOU alguém naquele estacionamento. Um dos primeiros da cidade, e eu ia com a mãe e ficava olhando do terraço os carinhas jogando tênis na Hebraica. E depois quando o BestFriend/pegada ganhou um carro, eu ainda 17. Iron Maiden tocando o horror. Agora tá tristinho, e deve ter sido culpa da Perimetral que, em obras, desviou o trânsito por tanto tempo e o troço ficou ali, meio inacessîvel, perto desse monte de mato que ainda resiste em Porto Alegre.
Voltei ao terraço e fiquei comendo na ventania, sozinha naquele segundo andar escuro. Tristeza boa.

postado por Carol Bensimon as 17:52 | pitacos (6) | trackBack (0)

li na cult.
"Um crítico é alguém que sabe o caminho, mas não pode dirigir o carro".
(Kenneth Tynan, crítico inglês)

postado por Carol Bensimon as 18:29 | pitacos (3) | trackBack (0)

trackback.
Digo uma coisa: tirem essa baitolice de "trackback" dos seus blogs. Eu devo ter visto uma ou duas vezes no máximo um número diferente de 0 nessa bobagem.
(agora é a hora que Cisco e mais alguns vem desfiar conhecimentos nérdicos, sentando o pau na cabeça da pobre menina, as usual. Não, muito obrigada, ainda acho um excesso visual e pura frescura.

postado por Carol Bensimon as 19:39 | pitacos (8) | trackBack (0)

eletrotropicalismo.
Todos loucos na moda.
Ju outro dia procura por peças de roupa roxas e nada encontra. Indagando a vendedora a respeito, eis a resposta: o roxo não é uma das cores do verão.
E aí que eu tinha vontade de comprar roupa pela Internet, no corpo de modelo gostosa, e que ficasse exatamente assim quando chegasse na caixinha da Fedex. Porque daqui não dá pra sair e ficar se metendo em loja modernete e, convenhamos, pior época, melhor esperar pelo dia 26 em diante. Na manha.
Mas dá pra já sentir o tom das coisas de verão, girando a manivela do computador e esperando que ele carregue os recursos ultra sofisticados dos sites de roupa, enquanto um technozinho à la desfile de moda repete que esse som não me agrada at all, sobretudo quando toca de fundo de html.
Pois bem. No meio de um portunhol brabo e flamingos e palmeiras, acho que decidiram que nesse verão todo mundo tem que sair com cesta de fruta na cabeça. Se não acreditas que andam por aí explorando o tropicalismo bem no meio da pista de dança, te liga na Zapping e na Cavalera e sente só. Já na primeira foto, a garota vai concordar comigo: nesse verão, querem que a gente vire uns protótipos de Frida Kahlo.

postado por Carol Bensimon as 10:38 | pitacos (6) | trackBack (0)

adolescendo.
Devido a um processo de amadurecimento precoce ao longo dos últimos anos, agora eu estou adolescendo.
Gratos pela compreensão.

postado por Carol Bensimon as 17:24 | pitacos (7) | trackBack (0)

noite wonka.
easy listen
Eu já simpatizava com a Wonkavision desde o falido Coca-Cola Vibezone, mas os caras (e as meninas) me pegaram de jeito mesmo ontem, no Ocidente. Foi muito muito divertido, mesmo não conhecendo nenhuma música sequer. Comprei o CD. É pra ouvir felizinha andando na rua. Melodias muito gracinhas, sem complicação. Minha única queixa é com as rimas dos verbos no infinitivo. Dá coisinha no ouvido, ai.
O show da Superphones tava tri bom também, mas eu tava esperando o hitzinho, 9th floor. Ah, malditos. Vai dizer que virou Ana Júlia? E podiam ter tocado também a Lonely Dance (acho que é esse o nome).
Ah, esqueci de dizer! O cover que a Wonkavision fez de Dressed for Success (Roxette) foi um grande momento. Sim. Eu nunca esperava mesmo ouvir um Roxette ao vivo.
Depois eu fui dormir e sonhei que os pais do Mojo moravam no Japão.

postado por Carol Bensimon as 10:28 | pitacos (3) | trackBack (0)

csi porto alegre.
CSI Porto Alegre
Só pra avisar: tem epitélio meu embaixo das tuas unhas. Hm. Tá.

postado por Carol Bensimon as 13:46 | pitacos (1) | trackBack (0)

cazuza.
Taís me emprestou o excelente livro "O amor é fodido", primeiro parágrafo diz assim no final: "É indecente que já estejas morta". Aproveitando, e depois de ter visto Cazuza, que antes não tinha, digo o seguinte: Indecente é o Cazuza estar morto e o Frejat por aí.

postado por Carol Bensimon as 16:49 | pitacos (14) | trackBack (0)

fuck santa.
Forcadésima essa coisa de espírito natalino. Cada vez menos as pessoas dão importância pra isso. Ao invés, andam deprimidas por aí na época das festas, ou no mínimo irritadas com os shoppings estourando de gente e as dezenas de festinhas e amigos secreto. Então eu pergunto: de que adianta a publicidade ficar fingindo que Natal é paz, é solidariedade, é união, qualquer um desses clichês de linguagem, se as pessoas não se sentem realmente assim? Eu sou a favor de que as marcas ignorem o Natal. Ou melhor: sejam absolutamente contra a data. Sim, isso seria extremamente idiota e gratuito, afundaria cadeias inteiras de loja. Mas, veja bem, pra certo tipo de marca, podia muito bem funcionar. Coisas jovens, coisas cool, por que não? Imagina um comercial com todas as situações insuportáveis do Natal, tipo tias quase-desconhecidas perguntando se tu tem namorado, shoppings sem lugar para estacionar, decoração cafona. Não teria como o jovem não se identificar com a marca. Um sucesso. Me parece que ia ser bem mais humano. E já tá na hora da publicidade parar de criar um mundo paralelo e tão distante.
Mas talvez eu seja mesmo um risco. Não me coloque nunca no Planejamento.

postado por Carol Bensimon as 17:46 | pitacos (9) | trackBack (0)

lit.
O Marcelo Benvenutti volta e meia esbraveja alguma coisa em relação à nova literatura, e eu concordo tão discreta que nem ele nem ninguém fica sabendo. A penúltima foi numa mesa redonda da Feira do Livro, aquela que eu não consegui abrir a boca de fobia social. A última foi na comunidade orkuteana Literatura do Anônimo, iniciativa interessante da Mara Coradello, um espaço para postar textos anonimamente e receber críticas. Com nome. O Pedro Mandagará também ralhou do pessoal com mania de lamuriar-se demais e não contar porra nenhuma, que vejo como um dos maiores problemas das pessoas que estão escrevendo e sobre o que eu queria falar agora. Pois bem. Me parece que as pessoas andam muito mais preocupadas em soltar suas angústias, traumas e inquietações do que propriamente contar uma história. E literatura, perdoe, é história. Portanto pegue essas coisas que incomodam, que entristecem, que irritam e jogue dentro de uma trama. Conte, não chore.
Dentro dessa comunidade intelectualizada que escreve ou ao menos se propõem a, me parece que é visto como pecado pensar em um elemento essencial da literatura. O leitor, obviamente. Não há por parte da maioria nenhuma preocupação em ser claro, por exemplo. E, por favor, não confunda ser claro com ser óbvio, que isso sim é problema (se bem que assim é muito mais fácil que você tenha sucesso, uma coluna no jornal e um livro nos mais vendidos. Mas não estamos discutindo soluções para o sucesso, e sim para uma literatura de qualidade, o que são coisas completamente diferentes).
O escritor dificilmente admite que ele é grande parte artesão, e que lirismo e sensibilidade se faz mexendo em sintaxe, verbo, vírgula, paralelismo, vocabulário, pronome. Que da vida se tira naturalmente um punhado de referências, mas não há nada de mal em ler um livro técnico sobre o transtorno bipolar do humor para construir um personagem mais consistente. O escritor não, é melhor que eu diga o pretenso escritor, porque nos já grandes se vê o trabalho em cada frase, a pesquisa em cada capítulo, ou da onde sai um troço tão tocante como "Uma casa no fim do mundo" (Michael Cunningham), se não é de muito esforço para resultar em sensações?
Sensações que o autor constrói, mas que quem sente são os outros. É pra isso que se faz literatura.

postado por Carol Bensimon as 17:00 | pitacos (15) | trackBack (0)

respostas imbecis.
Respondendo algumas grotescas pesquisas que vieram dar neste recinto.

bandeira+dos+confederados - Um hit desde os primórdios deste blog.
meninas+se+beijam - É, às vezes se beijam.
posso+engravidar+de+biquini - Por que você não perguntou "posso engravidar de calcinha?" Ainda assim, continuaria um tanto quanto absurdo. Ask Dr. Jairo.
historia+dos+the+mamas+and+the+papas - Eram gordos e casados uns com os outros.

postado por Carol Bensimon as 10:26 | pitacos (4) | trackBack (0)

conto avril.
Até parece planejado, mas quem sou eu pra mudar capa de revista?
Saiu a Revista da Jovem Pan 12, pelo menos pelas bandas de São Paulo. E tem um conto meu very TEEN que fala em Avril Lavigne. E a capa da revista, Avril também. Dei umas risadas quando vi. Fui na banca, nada ainda aqui embaixo. Parece que o conto está ilustrado com mangás. Ansiosa pra ver.

postado por Carol Bensimon as 09:58 | pitacos (0) | trackBack (0)

moça com brinco de pérola.
Em cada cara de perdida, de submissão, em cada silêncio, eu ficava rindo de satisfeita com a atuação da Scarlett Johansson no Moça com brinco de pérola.
Muito bem, Scarlett. E nos vemos de novo em Lost in Translation tão logo certa menina consiga umas horas comigo e com a tevê.

postado por Carol Bensimon as 11:43 | pitacos (9) | trackBack (0)

nenhum sentido.
Ah, que sem graça. O menino que me tirou no amigo secreto mal cruzou comigo um dia na cozinha. Por não acreditar ter base alguma pra chutar uma música que indicasse o que sou, não colocou coisa alguma. Fiquei sem saber o que pareço pra quem nada sabe. Quer dizer, mais ou menos. o Beto Philomena gritou "ah, era só colocar um Rock&Roll" e, quando deu Led Zeppelin noutro momento qualquer, uns cinco ou seis gritaram "é a Carol".
Nenhum sentido, como diria o Gabriel.

postado por Carol Bensimon as 11:44 | pitacos (10) | trackBack (0)

que imagem?
Hoje no final do expediente vai rolar um amigo secreto aqui. Eu saí ontem enlouquecida atrás do presente, porque descobri só há poucos dias que estava incluida na brincadeirinha. O cara que antes ocupava meu lugar tirou um papel. Daí que tem um PLUS de música. Coisa de publicitário. Tu tem que catar alguma música que tenha alguma relação com a pessoa que tu tirou e o resto do staff tem que adivinhar a quem se refere a canção. Martírio pra mim, que estou há 8 dias aqui? Nada. Os colegas de mesa me deram a barbada do apelido do magrão e a menina loira do atendimento (bem, todas do atendimento são loiras) até gravou pra mim o mp3.
Então o que vai ser bizarro mesmo, e estou curiosa ao exagero, é ver que raio de música vão colocar pra mim. Eu JAMAIS falei sobre qualquer preferência musical aqui, então vai ser um chutômetro baseado única e exclusivamente na minha imagem.
Que imagem? Isso que eu vou descobrir.
Informarei mais tarde.

postado por Carol Bensimon as 09:44 | pitacos (5) | trackBack (0)

crise.
No trabalho, tenho tempo ocioso suficiente para começar uma narrativa longa. Acontece que duas coisas me empurram para pontos opostos: estou com imensa vontade de escrever coisa nova, algo quase incontrolável, mas passo por uma fodida crise criativa. A combinação das duas coisas tem gerado uma angústia avassaladora cada vez que eu me deparo com minha falta de idéias. Já tentei fazer algo que talvez nem exista, um brain(storm) literário, e realmente tenho alguns pontos, algumas cenas, alguns personagens, mas não me parece que eu consiga construir uma trama com essa salada literária. Talvez seja o caso de persistir um pouco mais e, mais do que persistir é deixar que as idéias cheguem no trânsito, na rua, no almoço, no banho. De qualquer forma, tudo isso está me deixando num estado lastimável.
Escrevi alguns bons parágrafos, verdade, mas, por mais que eu assista filmes em que apenas foram aglutinados momentos comuns com uma pitada forte de sensibilidade, não consigo partir daí. Falta que pareça tudo redondo, como parecia a novela que escrevi no ano passado. Acho que também não consigo acertar o tom, apesar de saber qual eu quero alcançar, que é alguma coisa assim parecida com o sono, que por sua vez veio mais do cinema que da literatura. Enfim: por vezes me parece que ao invés de meigo fica bobo, e tenho medo de que pareça tudo aquilo que não gostei em Budapeste. Outras vezes parece duro e neurótico, beirando a psicose, apesar de ser esse o personagem que eu escolhi, mas que então não me parece a escolha certa.
Se alguém puder dar uma sugestão... sobre a tal da crise. Será que falta disciplina ou é a tentativa de me disciplinar que acaba me travando?
Mas, claro, tudo nasce da minha grande auto-crítica e do meu super-ego gigante. O que, inclusive, já foi pensado como MOTE da narrativa. Falta só a trama.

postado por Carol Bensimon as 19:05 | pitacos (4) | trackBack (0)

budapeste.
"...Budapeste, de Chico Buarque, agora foi incluído na lista do jornal britânico The Independent como um dos melhores livros lançados em 2004 na Grã-Bretanha. Ao justificar a inclusão, o crítico Boyd Tonkin descreveu o romance como uma mistura de uma "fábula" do escritor argentino Jorge Luis Borges com o filme Encontros e Desencontros, de Sofia Coppola".

Não estou achando nenhuma relação com o Lost in Translation. Enquanto o filme tinha uma neblina de melancolia em cada frame, o livro do Chico... bem... estou achando meio metido a engraçadinho.
Alguém leu?

postado por Carol Bensimon as 09:53 | pitacos (9) | trackBack (0)

step by step.
step by step, UH BABY
Roubaram meu estepe de novo.

postado por Carol Bensimon as 18:07 | pitacos (6) | trackBack (0)

petite connasse.
petite conasse
Depois de ter visto Má Educação, realmente não sobrou título em cartaz que eu tivesse vontade de ver. Só vontade de ver qualquer coisa que fosse. Então arrisquei um francês que eu achei que pecaria nas piadinhas leves. A saber: Queridinha (Petite Chérie), no Artê-plex.
Diz o Giba Assis Brasil que, em dez minutos de filme, já sabemos se o tal nos agradará ou não. Fato. Previ o pior. A coisa foi mal no decorrer dos 100 minutos. Mas eu tinha me enganado redondamente: piadas leves? Uh. I wish. A atmosfera era terrível. Pessoas que não sorriam nunca e paredes de quarto cinzas (cinza? Pois é, vê se pode!). Nada contra as tristezas da vida. Mas um filme tem que ir e voltar, num gráfico cardíaco loucão. Esse não, era tão constante que já tava morto faz tempo.
Fora que a coisa queria voar e não tinha realmente a envergadura: ninguém pede que se leve Syd Field a sério, muito pelo contrário, mas convenhamos que desconsiderar todas e qualquer regrinha narrativa pode ser perigoso. Frustrante, eu diria, para o espectador. Assim, quando vemos uma cena de alguém abrindo gavetas em um quarto e descobrindo uma carta, o mínimo que se espera é que descubramos - se não naquele momento, depois - o que há na tal carta. Mas não. Há sobras incríveis e metade do filme é desnecessário.
Concorre de perto com outro francês que vi ano passado, o Conto de Inverno (obrigada por me fazer lembrar, ju jones). Franceses, por favor, sejam mais Amélie.

O que a gente aprende no final da sessão:

Primeiro Ponto. O filme pesadaço nos deixa leves. É o efeito da comparação. De repente nossa vida parece maravilhosa, completa e cheia de realizações.
Segundo Ponto. Antes morar bem no terceiro mundo do que morar no subúrbio francês.

postado por Carol Bensimon as 09:59 | pitacos (11) | trackBack (0)

ria, pulp.
Veja se eu estou tão errada assim: ouvindo a melodia de uma música, se supõe a letra. Assim, eu não preciso entender uma palavra de alemão para saber que o que Rammstein diz certamente não são coisas meigas e fofas. E o Roxette até podia cantar em sueco e a gente ia continuar entendendo a essência do que eles querem dizer.
Digo isso agora porque acabei de cair feio. Casal Dani e Sapo me recomendaram Pulp uns tempos e eu logo gostei. Achei bom de ouvir mesmo, rotulei e agrupei com Cure, Smiths e essas coisas melancólicas. E, se eu ficar só nos versos que saltam mais, eu escuto frases que condizem com a melodia, do you remember the first time?, I wanna give you children, I wanna do home e blá blá blá. Mas então estou por aí matando tempo e decido ler as historietas por trás das melodias que me deixam emocionadinha. E descubro que os caras estão tirando um baaaita sarro. Praticamente um Mamonas Assassinas. Sério, bizarro, dá uma olhada em Do you remember the first time? e Babies, que são sérias em som e piada em letra.
Tão chocante quanto aquele vez da descobri de que minha música favorita do Veruca Salt falava sobre heroína.

postado por Carol Bensimon as 16:08 | pitacos (12) | trackBack (0)

assimetria.
Eu não gosto de assimetria, mas a moda gosta. Daí que hoje na rua o máximo da incoerência: mulher com blusa uma manga sim, outra não. Coisa nada funcional. Ou num braço teu faz verão e no outro inverno?

postado por Carol Bensimon as 14:20 | pitacos (18) | trackBack (0)

certo bauru.
Há dias ando a fim de pão com salsichão. E, como hoje o almoço era apertado entre o trabalho e a dentista, o churrasquinho da Getúlio com a Barbedo revelou-se solução. Fui salivando até lá, sonhando com o gosto de churrasco que nunca tenho com quem comer. Ou porque são vegetarianos, ou porque não tem grana, ou porque comeram ontem. Sempre um motivo pro não.
Pois chego lá e tudo abandonado, apenas dois manés sentados na sombra da parada de ônibus. O relógio avisando que quase, eu sem tempo pra tentar um buffet. Decidi arriscar um certo-famoso-bauru, já prevendo o fracasso. Fato. Foi-se meu ticket e ainda me deram um contra-vale de 50 centavos, contra-vales, humpf, estou colecionando desses, qualquer dia a carteira já não mais fecha.
A carne era mais fina que nota de um real, enquanto o alface desfilava larga espessura. E lá da mesa se ouviam as marretadas produzidas na cozinha. Só desgraça.
Não satisfeita com o almoço frustrado, ainda saio alfinetando a fama do certo-famoso-bauru por aí. Começo pela dentista, que concorda polidamente, mas talvez movida por 150 reais. Termino aqui na agência amaldiçoando o lugar para os colegas de mesa, relatando em pormenores a minha decepção e questionando o que os portoalegrenses enxergam em tamanho engodo.
Uma hora depois, um colega me chama até sua mesa, quer que eu modifique um pequeno texto. Olho, e então é susto: o certo-famoso-bauru é nosso cliente.

postado por Carol Bensimon as 17:46 | pitacos (10) | trackBack (0)

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