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jabuticaba.
Acabei de sintonizar uma rádio francesa chóven e havia uma mulher cantado em português. Agora já está rolando uma música so fim de século 1999, mas tenho certeza que, segundos antes, ouvi alguém dizer jabuticaba.

postado por Carol Bensimon as 13:30 | pitacos (7) | trackBack (0)

paixão por nocaute.
Tenho notado que o grande nocaute romântico cinematográfico é pegar um violão e vir com uma canção. Não precisa provar talento, isso inclusive seria prejudicial. Melhor é estampar a inabilidade, desde que o sentimento seja percebido. Vale fechar os olhos e demorar pra trocar de acorde. Let me sing you a waltz. Apareceu violão, já sabe, não tem volta, felicidade iminente. When i was a yoooung boooy. O que fico pensando é se isso realmente faria sentido na vida. Eu já ensaiei dreaaaam dream dream dream when I want you in my arms, bem a minha cara, mas não dividi com ninguém. Mas ó, se me disserem que funciona, tô afinando o violão e indo cantar para ti, babe.

postado por Carol Bensimon as 11:29 | pitacos (15) | trackBack (0)

o quanto cabe num post.
Admiro os argumentos bem dados em discussões profissionais via telefone. Eu só sei xingar (com classe) por e-mail. Saí para cobrar um dinheiro que me devem num curso perto daqui e, embora seja eu a enganada, por assim dizer, discussões por dinheiro me constrangem em demasia. Preferia que todos fossem mui éticos do que ter que passar por isso de quando em quando. Perto já de casa, Bon Jovi apareceu no shuffle (essa diversão do flâneur moderno) com Always. Em segundos eu tinha doze anos e usava uma camiseta enorme do Hard Rock Café, bem como todas as minhas colegas, com as pontas levemente postas para dentro da calça. Saíamos voando.
Cheguei inspirada para mandar um mail cobrando meu computador. Faz um mês que comprei um macbook, esvaziando quase por completo minha poupancinha, pelo glamour de escrever no meio da grama e essas coisas. Acontece que dias depois de ter chegado (e eu me acostumado à boa vida dos portáteis, bien sûr) a bateria parou de funcionar, e como comprei de um jeito que burla por assim dizer os altos impostos nacionais, a empresa "importadora" teve que enviá-lo para os Estados Unidos novamente. Eu e minha vida passeando em Miami. Todos que odeiam a Apple estão nesse momento com uns sorrisos bem grandes, posso visualizar. Para seu deleite portanto, aumento o gozo: há uma partida inteira de macbooks que saíram de fábrica com baterias defeituosas, portanto é bem possível que a Apple faça um recall em breve. Fecha parênteses e volta-se para o mail. Mandei um muito bonito, dizendo que queria saber onde diabos estava meu computador (com classe), e fazendo uma outra brincadeira com o uso do gerúndio, inclusive (está sendo providenciado). Ligou-me o sujeito. Aí no telefone já viro uma flor constrangida no cantinho, sabe o que é, hehehe. Então chega segunda-feira, é o fim de ter que sentar aqui nesse forno-quartinho-de-empregada para escrever sobre o furry. Deus, me mande culhões para encarar essa gente boçal.

postado por Carol Bensimon as 13:43 | pitacos (8) | trackBack (0)

mini-mundo.
Hoje, mini-mundo no Elo Perdido, a partir das 19h, entrada franca. Se eu não tiver um colapso nervoso até lá, ou pior, durante, lerei uns pedaços do meu encantado livro que nunca se apronta (mas pelo menos - embora nunca dê pra dizer com certeza - descobri como é que se chama. Hoje há poucos minutos).

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postado por Carol Bensimon as 11:25 | pitacos (11) | trackBack (0)

coloca tudo na panela e mexe.
Depois da nova secretária da Cultura, Mônica Leal, ter dito que seu cargo poderia atuar na questão da SEGURANÇA, ficou fácil perceber o pandemônio todo. Hoje a capa do Correio do Povo diz: "RS começa a tratar violência como doença". Portanto coube ao secretário estadual da Saúde, Osmar Terra, dar os detalhes do tal programa. O projeto começará a ser implementado nos municípios mais críticos do Estado, que tem níveis de violência acima da média, como por exemplo as manjadas Alvorada, São Leopoldo e Novo Hamburgo.
Osmar Terra EXPLICA: "Estaremos empenhados no combate às patologias que podem levar à criminalidade".
Patologias? Ah, sim. Estranho essa concentração de patologias em Novo Hamburgo ou Alvorada, né não? Parece que não há nada a ver com questões sociais. Caos da indústria calçadista em NH? Que é isso, são simplesmente loucos que resolveram morar juntinhos.

postado por Carol Bensimon as 06:03 | pitacos (9) | trackBack (0)

bom dia, eu sou um furry, e esses são meus dois primeiros parágrafos.
Edgar limpava as piscinas, uma rede na ponta de um cano. Dois metros de um pega qualquer coisa e eu disse da primeira vez: você parece estar caçando borboletas, hein? Edgar começava pela piscina maior, depois a térmica. Fazia sol na cara dele, e eu na sombra que o prédio fazia. Era um hotel enorme. Algumas janelas com vista para a piscina, outras para o bosque, outras para o vale. Duas noites numa janela para o vale, um salário de limpador de piscina. Edgar olhou para mim e depois mergulhou a rede bem devagar, como se não quisesse despertar a água naquela hora da manhã. Trouxe para fora, bateu de leve na laje, caiu uma coisinha preta. Cheguei perto. Uma abelha, cada parte colada na outra, as asas imperceptíveis. Vai secar e vai voar, disse o Edgar. Foi caminhando pela borda com o seu remo de deixar piscina sem folha nem inseto em brinquedo de criança. Mais na frente estava a piscina térmica dentro da sua casa transparente e soltando fumaça. Edgar entrou. Antes ele disse: boa sorte.


O hotel era inevitável, questão de saber quando e qual parte do serviço. Tínhamos as nossas casas de madeira no pé da montanha, e no topo havia o prédio comprido de três andares, as janelas, as sacadas, a família fazendo a bagagem se carregar. O cheiro da lenha queimando enquanto ia aparecer na foto do casal, cheiro do queijo derretido, do chocolate quente, dos lençóis enbranquecendo na lavanderia. Quem podia passar, passava, e ia embora lembrando com a jaqueta de couro comprada na loja do hotel, vinho no porta-malas batendo um no outro, timtim. Quem só podia ficar, ficava, limpando o rastro de quem tinha ido, porque era o que dizia a gerência, tudo como novo. Como se ninguém. Toctoc, com licença. É para a entrevista. E o Gerente disse entra.

postado por Carol Bensimon as 10:01 | pitacos (6) | trackBack (0)

maldição literária.
Acho que faz um ano que tento escrever certa história, e não dá. Antes era romance, depois uma das quatro novelinhas do livro em processo de. Diminuído o tamanho, não diminuiu a dificuldade. Ou antes: a insatisfação. Agora já são 19 arquivos de word com diferentes tipos de começos, meios, fins, cenas, narradores e desdobramentos. Deixo que ela descanse, volto, recomeço, nunca dá pra dizer É isso. Já chamo a coisa de maldição. Fico pensando porque não consigo contar essa história. Parece que faria sentido se ela estivesse saindo de algo muito pessoal e que portanto a falta de distanciamento impediria a boa execução. Não é o caso. Parece também que faria sentido se o universo, se os personagens, fossem tão distantes de mim que me obrigassem a um estudo delicado, a uma inserção provisória num lugar distante e desconhecido. Também não parece ser o caso, e o que tive de pesquisar, já o fiz. Mas talvez o pensar tanto sobre a história tenha a tornado tão grande e complexa que há uma clara dificuldade em decidir a melhor maneira de contar. Basicamente o que pegar e o que deixar de fora, e em que ordem.
Talvez seja melhor esquecê-la definitivamente. Não agüento mais olhar para a frase "A nossa casa era a Caixa", que abre uma meia dúzia das versões, embora eu a ainda ache adequada para a idéia toda. A narradora também parece estar, hm, divertida com uns pensamentos mezzo infantis mezzo ácidos, mas escrever em primeira pessoa anda me irritando ultimamente. De qualquer maneira, em certa parte da história parece necessário (e a mistura da primeira com a terceira já foi cogitada em umas três versões).
É, essa família excêntrica morando na casa modernista está dando um trabalho dos diabos mesmo, excedeu-se o número de planejamentos. Acho que de novo vou colocá-la para dormir e investir na trama do hotel com a garota que trabalha de furry.

postado por Carol Bensimon as 16:41 | pitacos (5) | trackBack (0)

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