na cozinha da empresa.
Me acostumo a ser um tipo engraçado na empresa. Mamãe volta e meia, ao gostar de uma pessoa, diz "ela é bem afetiva", assim, colocando no campo das qualidades. O Michel Houellebecq fala no Plataforma da mania feminina de querer criar laços com os colegas de trabalho. Engraçado perceber essas duas coisas na mesma semana. Ser afetivo deveria ser um princípio do ser humano, a diferença além do polegar opositor coisaetal. Eu só não sou mais porque a timidez não deixa. Mas canso de dar bandinha até o outro lado da divisória de vidro. Pergunto como é que tava a praia, se foi aprovado tal trabalho, como é que rolou o sushi do fim de semana e a discussão com o namorado. Sei lá se me dão intimidades. Eu vou me enfiando. Na cozinha é que rolam os contatos mais humanos. Eu e meu potinho de nutella convidando as meninas a sentar comigo. Daí eu fico sabendo de infiltrações no apartamento, programas de domingo e etc. Não posso mesmo conceber de levar de outra maneira as oito horas na empresa. Seria realmente um desperdício da vida.

postado por Carol Bensimon as 19:14 | trackBack (0)

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