um tudo.
Pequena Lili eu recomendo. Saí com a melancolia pesando e invejosa da sinceridade dos personagens. Tá certo que a coisa velada muitas vezes fascina pelo mistério, eu sou é uma dessas, mas tem vezes que descamba pra hipocrisia. Em Pequena Lili, toda refeição entre família e amigos era devastada por baforadas de verdade. O excesso disso, porém, não deve ser lá muito saudável.
Pegou fundo o velhinho - melhor personagem - olhando pra vida e dizendo que percebia naquela altura não ter feito nada. Que o tempo só passou assim, rápido, mecânico, e NADA aconteceu. Pois tanto quanto me desespera essa conclusão me desespera a minha preocupação um tanto precoce, eu tenho 22 anos, meu Deus, serei eu certamente uma adulta muito mala.
Na leitura do Plataforma, de novo vem a história do nada. Eu tava no ônibus e nem pensei: saquei a caneta e fiz o risco mais reto que a freeway permitia. A senhora do meu lado ficou de canto de olho. Sempre dá pra saber quanto tão de papagaio de pirata. Ela queria saber o que tinha me batido. Sabe-se lá se compreendeu. Ela tava com Tititi na mão, ou uma dessas outras coisas que falam que o filho da Angélia nasceu com duas voltas de cordão umbilical em volta do pescoço e etc. Mas a frase era essa:
Tudo pode acontecer na vida, principalmente nada.
E hoje eu queria te estender o livro com minhas mãos pequeninhas – essas que todo mundo mede com as suas nas situações romanescas da minha vida – e dizer que o teu desespero é igual ao meu, então vamos tomar providências e fazer do nada um tudo.

postado por Carol Bensimon as 15:18 | trackBack (0)

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