sono.
Chego todo os dias a uma triste constatação: sempre estou cansada, mesmo que não tenha feito grandes coisas. Especialmente nesses dias, melhor dizendo. Ainda assim, é um tipo de cansaço que não te põe na cama. É um cansaço que te põe ZUMBI. Mais ou menos isso. Tem dias que me sinto especialmente assim, com toda a percepção amortecida e incapaz de qualquer reação. No último domingo, por exemplo.
E isso que eu durmo. Durmo muito. Talvez seja exatamente esse o problema. Acordo oito e meia e espero meus dias de dondoca pra poder prolongar o horário até o limite do sol entrando no quarto. N'agência, começo às nove. Sim, e chego pontualmente no horário. Em cinco minutos que merecem minha consideração à terceira perimetral, apesar das sinaleiras embaixo dos viadutos, faço o trajeto. Sobram então 25 para aquele ritual todo, lavar, escovar, vestir. Tranqüilaço. Ainda dá até pra tirar umas risadas dum programa do multishow, entre faces da morte e video-cassetada, e olhar a temperatura na tvcom. Mas voltemos para as oito e meia. O celular fica próximo pra apitar. Nos dias que estou excepcionalmente cansada, até me permito o luxo das oito e trinta e cinco. Sou encanada com essa coisa de hora, né? Pois aí que quero chegar. Por motivo desconhecido, é freqüente que eu abra os olhos às sete e meia. E é aí que a neurose vem bombar. Olho o mostrador vermelho: sete e meia. Penso: tem mais uma hora. Viro, reviro. Olho: sete e quarenta. Mais cinquenta minutos. E assim o meu tempo vai escassando, nessa nóia que consome meu sono.
Hoje estou cansada, mas com alguma desculpa plausível: fiquei charlando até uma da matina no msn uns papos de felicidade e piloto automático, de esforço e sentar de noite na praça. Me convidaram até pra piquenique, com cesto e toalha xadrez. Eu dei boa noite e continuei ligadona com as perspectivas de mudanças. Fiz a higiene pré-cama e e me meti nos lençóis com La Peste, que eu tenho que ler alto pra poder entender melhor. Quando os ratos começaram a roer minhas recentes conquistas e empolgações, apaguei a luz.

postado por Carol Bensimon as 18:35 | trackBack (0)

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