school hits.
Quando se está no terceiro ano do segundo grau, já na volta das férias de julho o fim começa a pesar. Lembro disso claramente, dessa dorzinha que prevê a despedida. Talvez isso tenha nos ajudado a fazer um enorme esforço pra que fossemos felizes (aquele papo de energia de um desses posts passados). Esse esforço se materializou de muitas formas, mas a mais clara foi o violão. O violão do Bozo, esse amigo reencontrado, e as vozes das meninas. A gente sentava no murinho, eu cantava Alanis, quantas vezes ataquei de Mary Jane e Ironic? Ainda assim, tanto tempo depois e os hits marcantes mesmo foram outros, uns que não eram daquele tempo, mas que tinham cheiro de novo. É, talvez fossemos uns atrasados em matéria de vida mesmo, mas é bom ainda ter coisa pra descobrir e tocar Led Zeppelin como se ele recém tivesse sido inventado. O grande sucesso do terceiro ano, carregado de uma melancolia juvenil, era More Than Words. A gente adorava ver aquela batida e largar a nossa alma na voz, era o troço mais lindo e sincero do mundo (e nessas horas eu morro de saudade da Camila. Ei, garota, onde estás?). Depois tinha Wish You Were Here, acho que quem colocou nas paradas foi o Pedro e a letra acabou até aparecendo com lacunas na aula de inglês. O Pedro. Pois é, um grande criador das minhas memórias de infância, e as festas do Pedro na casa da vó dele tinha exatamente esse cheiro, essa química, que eu reclamei que faltava na minha vida, nesse mesmo post do tédio, da energia. As festas do Pedro tinham jeitão de episódio de Wonder Years, infância anos 60, nas escadas pros quartos, numa aposta idiota envolvendo uma escala soprada num sax, no maior frio que já passei na vida, no cachimbo com gosto de cholate e no violão tocado nos fundos, Stairway to Heaven do começo ao fim. É, eu ando por demais saudosista.

postado por Carol Bensimon as 11:18 | pitacos (0) | trackBack (0)

arquivos

insanus



Kongo.gif