então toma processo.
Estou em processo de conto coletivo com a Julia Dantas. A empreitada vai aparecer no Patife (ih, será que eu podia dizer isso?). E o nosso método foi combinado assim: eu escrevo uns fragmentos e ela escreve outros. Depois, trocamos de fragmentos e tentamos juntá-los num texto. O resultado gerará dois textos, aí veremos qual faz mais sentido. Ou publicaremos o duplo resultado, como o Sr. Insanus sugeriu e me pareceu até interessante.
E como tá na modinha, eu vou seguir a lógica da artê contemporânea e expôr PROCESSOS. Eis meus fragmentos, que estou enviando pra Julita nesse minuto:

Ele gostava tanto das magras, magérrimas, me dizia isso sempre, e naquela manhã era frio, mas eu achei que podia aproveitar os ossos aparentes da minha cintura e acabar de vez com o meu truncado plano de conquista que se ia muito mal. Eu coloquei então uma blusa muito curta e umas calças muito baixas, que me deixavam um pouco desconfortável em súbitos ataques de puritanismo, mas que podiam, afinal de contas, funcionar muito bem.

Na calçada às vezes a gente encontra cada coisa, como se as pessoas fossem assim largando as partes pelo caminho. E eu então ali perdida olhando para as pedrinhas soltas, prendedor de cabelo, uma lata vazia de cola e logo mais um papel tão milimetricamente dobrado que me deu vontade de abrir, devia ser mesmo interessante a pessoa que teve todo esse cuidado com uma coisa aparentemente sem importância.

Fiquei tanto tempo olhando para aquela janela, desde que o sol foi indo embora e os pássaros tomaram os galhos daquela árvore enorme. Eu vi quando ele chegou e passou na frente da luz, fazendo um vulto comprido.

postado por Carol Bensimon as 18:15 | pitacos (0) | trackBack (0)

arquivos

insanus



Kongo.gif