reunião dançante do primo.
Depois de umas horas a mais no trabalho, eis que vou parar numa reunião dançante do meu primo, que fez 11. Reunião dançante é termo gaúcho, o Paulista me informou que conhece por "bailinho". Espero que todos sejam capazes de entender do que falo, de qualquer maneira.
Eu estava realmente curiosa para entrar nessa reunião dançante e ver o que mudou de lá pra cá. Já sabia que haveria um cara fazendo pizza para a criançada, diferença significativa em relação aos gelados croquetes ou aos isoporados salgadinhos.
Logo que entrei no salão, me pus um sorriso saudosista: o cheiro de gelo seco continua igualzinho (o olfato, aliás, me parece o sentido mais apurado para revirar memória. é incrível). O resto, por outro lado, mudou consideravelmente: as crianças tinham pulseiras brilhantes na mão e dançavam funk e Ivete Sangalo, alternados com Nickelback e Outkast. Tentei buscar a minha imparcialidade e imaginar se havia algo parecido com funk ou axé na sua baixa qualidade nos meus tempos de reunião dançante. O pior que encontro é Débora Blando, que ainda me parece superior. Sigo.
O DJ presenteia meu primo e o outro aniversariante com um cedê. Espio as faixas e solto um "a década de 90 era bem melhor". Meu pai ri. Encontro nas faixas "Basketcase" e me surpreendo. Ainda tocam? Essa é a melhor. Engraçado, alguns adultos ali no meio, e me lembro que reunião dançante era o NOSSO momento, as garagens eram tomadas e os pais ficavam confinados dentro do quarto. Ainda rola música lenta, e os meninos e meninas se pegam como uma certa distância.
No terraço faz noite agradável, sento numa cadeira branca e fico comendo a pizza que guardaram pra mim. Tem uma garota que vai sentar sozinha volta e meia e eu rapidamente simpatizo com (você sabe que tem problemas quando.... se identifica com a garota solitária)
A minha reunião dançante ideal tocaria Neil Jung, do Teenage Funclub, céu estrelado, e eu sentindo algo por um garoto, que nem me lembro mais como é. Aliás, fiquei pensando isso ontem: tem uma menina de rosa que o meu primo é a fim. Mas como era mesmo gostar de alguém na quinta série? Certamente bem menos complicado.
E daí entrou "tô ficando atoladinha", a atmosfera se destruiu e nada mais fez sentido algum.

postado por Carol Bensimon as 10:22 | pitacos (12) | trackBack (0)

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