Comentários sarcásticos, crítica vitriólica e jornalismo a golpes de martelo por Marcelo Träsel


hein?

Para a crônica do dispositivo de mídia do professor Berzoini: É muito provável que Freud Godoy esteja na história do ervanário petista como Pilatos no Credo. Preso, Gedimar Passos quis livrar o cacique a quem se reportava (Jorge Lorenzetti) e deu o nome de uma figura discreta, de nome esquisito. Não sabia de quem estava falando. Algo como se a bomba de Hiroshima tivesse o detonador ligado na descarga da privada do japonês da piada.

Alguém aí consegue entender a referência à piada do japonês nessa nota de Elio Gaspari, publicada no último domingo? Por favor explique nos comentários. Na coluna do mesmo dia há uma nota sobre o vídeo da Cicarelli, que mistura Jackie Onassis e Larry Flint sem chegar a lugar algum. Não são os primeiros e não serão os últimos casos de textos completamente incompreensíveis do articulista político, que já foi muito bom, mas ultimamente está cada vez mais chato — isso quando se consegue entendê-lo. Enfim, talvez seja esse o segredo de tanto sucesso: escrever piadas internas para meia dúzia de colegas sediados em Brasília.

29 de setembro de 2006, 11:12 | Comentários (9)

mais um voto para cristovam

Se a minha opinião sobre o candidato do PDT à presidência não tem autoridade suficiente para lhe convencer, talvez a de Ricardo Noblat tenha. O jornalista foi diretor de redação do Correio Braziliense durante o governo Cristovam. Se ele não sabe de nenhuma falcatrua do candidato, é porque não há mesmo.

Interessante que Noblat faz a mesma avaliação que fiz há um mês sobre Cristovam Buarque: honesto e racional, mas sem perder a capacidade de imaginar projetos, como se espera de um bom político em uma democracia. Ei, Estadão, aceito fazer o mesmo trabalho por metade do salário do Noblat!

28 de setembro de 2006, 10:16 | Comentários (17)

voto aberto

Vejam vocês como são as coisas. O sujeito fica defendendo o voto nulo por alguns meses e acaba se decidindo por votar em todas as instâncias dessa eleição — ainda que em protesto nos cargos executivos. Lembre-se de que os cargos legislativos são muito mais importantes. Apesar das medidas provisórias, quem manda mesmo no país são deputados e senadores. Pense nisso com carinho.

Cristovam Buarque — Foi o candidato que melhor manteve a dignidade nessa eleição. Lula deixou de ser digno durante os últimos quatro anos. Alckmin nunca foi digno de nada além de pena. Já Heloísa Helena quis se mostrar digna demais e acabou pondo tudo a perder na campanha, tornando-se uma mera grasnadora arrogante. Cristovam argumenta racionalmente e tem um projeto, enquanto os outros se limitam a papagaiar clichês. Sem entrar no mérito do projeto e de suas idéias, talvez uma votação expressiva do trabalhista incentive os marqueteiros a investir em um verdadeiro debate daqui a quatro anos. Ou seja, em vez de passar um recado niilista votando nulo, voltei a acreditar na democracia.

Guilherme Giordano — Até votaria no candidato do Partido Verde ao governo do Estado, mas depois da patuscada do vídeo falso é impossível. Além disso, Edison Pereira não sabe fazer o verbo concordar com o sujeito. Meus dedos não digitarão o 13 esse ano, então Olívio está fora, embora seja um dos poucos petistas a ter saído com dignidade quando Lula chamou os vendilhões ao Planalto. Por outro lado, Giordano é o candidato mais divertido, trazendo leveza e humor ao horário eleitoral. Seria triste vê-lo cair fora por conta da cláusula de barreira. E não deixa de ser um voto de protesto, exigindo mais espaço para a esquerda.

Vera Guasso — O PSTU sempre me divertiu com slogans criativos como "contra burguês, vote 16", ou "contra o FHC, o FMI e tudo isso que está aí". Infelizmente não aceitaram minha sugestão de "contra petista, vote comunista", mas tudo bem. Outro partido que merece ficar acima da cláusula de barreira. E Vera Guasso é honesta, conforme averigüado com relações pessoais indiretas. Até votaria em Simon pelo mesmo motivo, se ele não estivesse ameaçando morrer antes de completar o mandato de oito anos, abrindo o caminho para um suplente qualquer. Se quiser me seguir, digite 161 na urna.

Manuela D'ávila — Fiquei bastante bem impressionado ao entrevistá-la para o Nova Corja. Não é nada ranheta enquanto comunista e também parece ser uma boa pessoa, isto é, alguém que não vai roubar. A candidata a deputada federal pelo PCdoB não parece, porém, ter grandes projetos, mas neste momento o importante mesmo é impedir que corruptos voltem ao Congresso. O número é 6565.

Filipe Oliveira — É professor do cursinho Unificado e tem como plataforma combater a depredação arquitetônica das cidades gaúchas pelos interesses econômicos das incorporadoras. Certamente não rouba: conheço-o desde criança, por ser casado com uma tia minha. É o único candidato a deputado estadual em que confio o suficiente para dar um voto. Concorre pelo PV, o que ainda tem a vantagem de colaborar para manter o partido de Gabeira acima da cláusula de barreira. O número é 43010.

27 de setembro de 2006, 11:19 | Comentários (20)

grande verdade

26 de setembro de 2006, 10:35 | Comentários (4)

isso deve doer

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25 de setembro de 2006, 10:58 | Comentários (9)

a marcela vai dizer que odeio ricos, mas...

A Folha de São Paulo deu uma página inteira neste domingo para Eliana "Daslu" Tranchesi ficar se fazendo de vítima. Gilberto Dimenstein se prestou ao papel de ouvir uma suspeita de sonegação — ou seja, roubo — dizer que as acusações acabaram com sua vida e lhe causaram um câncer de pulmão.

Quando a Polícia Federal prende camelôs por acusações que podem ser reduzidas a sonegação, a mesma Folha não dá uma página inteira para eles se explicarem. Ninguém se preocupa se os pais deles morreram de desgosto, nem com o que seus filhos pensam ao ver os pais na cadeia, nem os permitem dizer que estão "deixando abruptamente o Beto Carrero World" que era a vida deles até então.

OK, OK. Concedo que Eliana Tranchesi é muito mais noticiável do que um pé-rapado qualquer. Certamente o público se interessa em ver uma rainha decaída se fazer de vítima em um relato de cortar o coração. A Folha é um empreendimento comercial e precisa de audiência, tudo bem. Que se dê aos abutres a carniça, então. Que se pergunte a alguém doente como encara o medo da morte, assim como se pergunta a um sujeito como se sente após perder a família, a casa e até o cachorro num incêndio.

A única desculpa para a Folha nesse caso é que a matéria seja algum tipo de piada. Uma forma de ironizar Eliana Tranchesi. Mas provavelmente não é. Tranchesi e Otávio Frias Filho devem freqüentar os mesmos restaurantes e clubes. Aliás, OFF talvez até seja cliente da Daslu. Deve ser uma suposição paranóica. Porém, como se sabe, não basta que a mulher de César seja honesta. Ela tem de parecer honesta também.

Lá pelas tantas, ela diz que "até então, eu imaginava a vida como uma grande brincadeira". Só se for polícia e ladrão.

24 de setembro de 2006, 17:33 | Comentários (25)

debatendo o centro

Se você mora no Centro de Porto Alegre, ou freqüenta a região, participe da lista de discussão Poacentro. Decidi criá-la após a integrar um grupo focal sobre o bairro, em que pude constatar a dificuldade de troca de informações entre vizinhos. Ajude também a divulgar a lista.

Para se alistar, clique aqui, ou envie um e-mail para:

poacentro-subscribe@yahoogrupos.com.br

23 de setembro de 2006, 20:10 | Comentários (4)

de onde vêm os bebês?

Alemães...

22 de setembro de 2006, 10:55 | Comentários (4)

como dar um jeito no brasil

José Paulo Kupfer dá a receita para trazer desenvolvimento econômico e social ao país. A solução é tão simples quanto difícil de ser posta em prática: educação de qualidade e reforma agrária. Diz o economista que nenhum país de alto IDH chegou onde está sem tratar dessas duas questões. Faltou comentar se uma funciona sem a outra.

Reforma agrária e educação parecem estar bastante ligadas. A primeira melhora a vida das pessoas aqui e agora, dando-lhes de onde tirar o sustento. Mas propriedades pequenas são inviáveis a longo prazo, porque à medida em que o proprietário vai gerando herdeiros, ela corre o risco de acabar dividida até um tamanho improdutivo. Assim, é preciso investir em educação para que ao menos alguns dos filhos dos pequenos agricultores encontrem um meio de vida em outras áreas e aliviem a pressão sobre o pedaço de terra da família. Caso contrário, ou a terra acaba estilhaçada em micropropriedades, ou a família se vê obrigada a aumentar seu lote, contribuindo para um retorno da concentração no futuro.

Interessante constatar que, fora da esquerda folclórica, ninguém fala em redistribuição de terras nessa campanha à presidência.

21 de setembro de 2006, 17:53 | Comentários (39)

commercials tv

Um blog só de comerciais publicados no Youtube.

21 de setembro de 2006, 10:23 | Comentários (0)

pseudo-voyeurismo?

O tal vídeo da Cicarelli dando na praia não tem tanta graça assim. Na verdade, parece ter sido feito de propósito, dada a quantidade de close-ups. Dá a impressão de que ou o cinegrafista estava no mesmo grupo de Cicarelli, ou usou uma câmera muito boa de longe. O contexto geral sugere que a modelo e apresentadora estava em uma praia apenas com amigos. Não duvidaria que tenha "vazado" só para dar uma animada na fama da protagonista. Os "vazamentos" de vídeos eróticos com Paris Hilton, Paula Abdul e Pamela Anderson só ajudaram a carreira das celebridades.

20 de setembro de 2006, 18:08 | Comentários (22)

baudrillard tem razão

A Hewlett-Packard está vendendo câmeras digitais com um filtro de emagrecimento embutido. Você tira a foto, aplica o filtro e ajusta o quanto quer parecer mais magro. Nada que o Photoshop não pudesse fazer melhor, mas ainda assim com implicações, digamos, ontológicas. Ninguém mais precisa ser um especialista em algum programa para modificar a própria imagem. É mais ou menos o que os bloggers fizeram pela publicação na Web.

Esse filtro é como uma materialização da insatisfação das pessoas consigo mesmas na sociedade de consumo. Como a longo prazo ninguém consegue impedir a decadência do organismo, apela-se para o simulacro. Se antes tirava-se fotos para no futuro podermos lembrar como nós e nossos entes queridos éramos, agora cria-se tecnologicamente um passado um pouco mais glamouroso. A fotografia tinha como função principal auxiliar nossa memória, que tem uma péssima tendência de se modificar ao longo do tempo e se adequar a nossas construções psicológicas atuais. Com a vulgarização dos sistemas de manipulação de imagem, passa-se a usar a fotografia para construir uma memória falsa no futuro.

Se não podemos ser quem queremos agora, podemos sê-lo artificialmente daqui a algumas décadas.

Dica do Parada.

20 de setembro de 2006, 14:49 | Comentários (8)

visões do centro

Participei nesta segunda-feira de um grupo focal sobre o Centro de Porto Alegre, organizado pelo professor Walter Nique, da Escola de Administração da UFRGS. Fui convidado por ser morador do bairro e, suponho, blogueiro. Conversando com o professor Nique, sujeito simpático e aparentemente entusiasmado com a vocação, descobri que a iniciativa foi dos alunos, que em sua cadeira devem produzir uma pesquisa em marketing a cada semestre. No site da disciplina pode-se baixar PDFs com todas as pesquisas já feitas. Uma boa fonte de informação sobre a cidade.

Entre os colegas, o major Maciel, da 1ª Companhia do 1º Batalhão da Brigada Militar, responsável pelo policiamento da região, Cláudio Klein e Fortunato, da associação dos concessionários do Mercado Público, Clarissa Ciarelli, editora dos cadernos de Bairro da Zero Hora, e Maria Erni, arquiteta da secretaria de Planejamento. Foi uma boa oportunidade de ter uma idéia do que se pensa sobre o Centro. A discussão girou em torno principalmente da questão da segurança e da deterioração dos aparelhos públicos.

O major Maciel certamente foi corajoso em comparecer. Era óbvio que ele teria de se defrontar com a ira dos cidadãos presentes. A maioria parece compreender que o comando da BM não tem tanta culpa pela falta de efetivo para policiar o Centro da capital, mas isso não aliviou as reclamações. Eu, por exemplo, comentei com o major que é inaceitável não se ver um só PM durante quase dois anos de trajeto diário pela praça Argentina. Todos os dias passo lá e todos os dias há vidro de carro quebrado no chão ao longo do meio-fio. Ou seja, até os minerais sabem que se rouba um monte de carros lá. Por outro lado, o major afirma que já prendeu um mesmo sujeito 60 vezes. Em todas ele foi liberado pelo Judiciário. Assim, realmente, fica difícil trabalhar.

Major Maciel trouxe algumas estatísticas interessantes: o Centro tem 42 mil moradores e 8 mil pontos de comércio regular. Suspeita-se que existam mais 2 mil pontos de comércio irregular, além dos camelôs. Há mais ou menos 1400 moradores de rua adultos, além de 300 que dormem em um abrigo perto da rodoviária e durante o dia "vão para onde podem conseguir dinheiro e comida", ou seja, furtam ou cometem pequenas trapaças. Há também um abrigo para 50 menores. Uma das campanhas do major é para que esses abrigos sejam mandados para outra área da cidade, o que diminuiria os problemas no Centro, onde há pouco efetivo. Também reclamou que as delegacias da Polícia Civil ficam na Riachuelo, fora do miolo mais populoso, e na Ramiro Barcelos, longe demais. Isso sobrecarrega a BM com a necessidade de redigir boletins de ocorrência. Para piorar, gente que mora na periferia faz os boletins no batalhão do centro, porque o Tudo Fácil fica na Borges. Essa gente, por não saber como funciona o sistema policial, diz que foi roubada no Centro, quando na verdade o crime ocorreu em outros bairros, o que infla as estatísticas. Conforme dados das associações de transportadores e Trensurb, o Centro tem uma população flutuante de 600 a 800 mil pessoas por dia.

De qualquer modo, a percepção geral é que no Centro há poucos crimes violentos. Em geral ocorrem furtos e estelionatos. Os próprios moradores não se sentem muito ameaçados, embora certamente não andem tranqüilos por aí.

O maior atrativo do centro parece ser mesmo a grande diversidade comercial, cultural e social. Pode-se comprar desde DVD pirata no camelô a roupas de grife, pode-se comer cachorro-quente a R$ 1 com três salsichas ou bacalhau no Gambrinu's, pode-se falar com a elite política ou com mendigos. Cláudio Klein, da Banca 43 do Mercado Público, perguntado sobre sua percepção do Centro, respondeu: "se for pedir para o meu cliente responder em uma palavra, ele vai dizer que é uma esculhambação". Meio que se arrependeu quando, na minha vez, peguei sua definição e disse que a tal esculhambação é justamente o charme do bairro. Como tem um cargo político, deve ter achado que pega mal. Mas penso que ele tem toda razão. O Centro certamente parece uma esculhambação para muita gente. Há quem goste de diversidade, porém. Tanto que a editora dos cadernos de bairro, Clarissa Ciarelli, identificou uma tendência crescente de artistas e intelectuais de ocupar o Centro. No fim das contas, todos os participantes mais ou menos concordaram que o Centro reflete todas as vantagens e desvantagens da situação cultural e social do Brasil. Ou seja, resolver o problema do Centro exige resolver os problemas não apenas de Porto Alegre como um todo, mas também da Região Metropolitana.

Outra questão levantada foi da falta de higiene. Com poucas lixeiras e 1400 moradores de rua, além dos camelôs, fazendo suas necessidades nas calçadas, as ruas ficam uma porcaria. O problema é que, no Mercado, por exemplo, as pessoas levavam até torneiras e lâmpadas, antes de começarem a cobrar uma taxa pelo uso dos banheiros. Sugeri que se instalassem vespasianas, como as que existem em Amsterdam.

Na verdade, fugimos um tanto do objetivo do grupo focal, que era levantar categorias de percepção do Centro de Porto Alegre entre seus moradores e freqüentadores. Falou-se mais na questão da segurança, mesmo, e os representantes de instituições pareciam estar falando de palanques. Os dados recolhidos serão usados na criação de um questionário, a ser aplicado entre os habitantes da cidade toda. Pretende-se descobrir o que pensam do bairro. Os resultados serão publicados no site da disciplina ao final do semestre.

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Este texto foi republicado no Palegre, blog sobre a capital editado pelo jornalista e webdesigner Solon Brochado.

19 de setembro de 2006, 17:23 | Comentários (13)

gênio da raça
A minha filosofia não consiste em procurar a harmonia dos contrários, mas, ao contrário, em ressaltar as contradições da natureza, para que sejam, pelo menos, controladas.

As forças contrárias se atraem em virtude de uma lei que não me é dado evitar e pela qual não sou absolutamente responsável. Sei que do encontro de uma carga positiva e de outra negativa, resulta a faísca. Não me sendo possível impedir a faísca, procuro desempenhar o papel de pára-raios.

Este texto foi escrito em 1946, mas continua muito atual. De fato, lembra o sujeito de que as pessoas parecem não aprender nada, por mais que se repitam as coisas ao longo dos séculos. Também o faz se perguntar onde andarão os gênios do quilate do Barão de Itararé.

16 de setembro de 2006, 10:44 | Comentários (4)

almoço de amanhã: boi ralado

Leitores de Florianópolis: amanhã e domingo estarei na ilha, participando do Barcamp. Quem quiser tomar uma cerveja nas horas de folga, envie uma mensagem para o meu endereço de correio eletrônico, aí na coluna ao lado. Ou simplesmente apareça no Café Matisse, lá no CIC.

15 de setembro de 2006, 23:04 | Comentários (4)

11/9 visto por bush

O repórter Matt Lauer encosta Bush na parede quanto aos casos de tortura contra suspeitos de terrorismo, praticada em bases secretas da CIA ao redor do mundo. O presidente norte-americano não apenas admite que existe, como se coloca bastante a favor. Perguntado se não há preocupação em se transformar naquilo que tentam combater, Bush apenas assegura estar tentando proteger as famílias norte-americanas.

15 de setembro de 2006, 16:17 | Comentários (6)

momento sensível

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A flor acima é uma de minhas favoritas, junto com bromélias e aquele jasmim que dá em árvores. Nasce em um abusto esquisito, sem tronco, apenas com galhos longos que se projetam para cima. Minha avó chama de macieira de jardim, mas não se encontra nada no Google com esse nome. Alguém sabe como é mais conhecida?

15 de setembro de 2006, 11:31 | Comentários (8)

fazendo a américa

Consegui passar pelo crivo da comunidade e publicar um artigo na página principal do Kuro5hin. Foi escrito às pressas e apenas como exercício para analisar o funcionamento do webjornal, que estou pesquisando no mestrado. Ou seja, por favor relevem a falta de argumentação mais sólida e o estilo pobre. Seja como for, ganhou os 70 votos necessários dos colaboradores do K5, que agora se dedicam a discutir a política externa dos Estados Unidos nos comentários.

Brazil is a largely pacifist country in South America. Our last war was fought against Paraguay in the 19th century, when we pretty much leveled the then enemy country, once the most developed in the region, today a haven for contrabandists and counterfeiters. There were also some internal conflicts througout brazilian history, a bloody conservative dictatorship in the 20th century - though not as bloody as in Argentina or Chile - and today we witness a daily struggle between police forces and drugs and arms dealers, robbers and the like in big cities. That said, most brazilians wouldn't ever imagine our country going to war nowadays. It's just... Not brazilian!

The september 11 attacks on World Trade Center and the Pentagon were a shock for all of us, as it was for most people in the world. Everything stopped as we held our breath in front of our TV sets. Friends called each other asking "Did you see it? I can't believe!". Most people felt compassion for the dead, their families and all americans. On the other hand, many people did not.

Foi uma experiência interessante. O pessoal ajudou muito a corrigir erros de inglês durante o período de avaliação. Os inevitáveis trolls apareceram, mas a maior parte dos comentários se preocupou em ajudar, ou em questionar de forma argumentativa minhas posições. Os comentários editoriais são escondidos dos leitores não-cadastrados, mas de forma geral, posso dizer que o artigo foi aceito mais para movimentar a capa do K5 do que por seus próprios méritos. Os comentários mais entusiasmados saudaram o fato de ser uma visão diferente, não os fatos narrados em si.

14 de setembro de 2006, 15:28 | Comentários (23)

aham, bem certinho

— Ela viu a peça e me disse que foi a homenagem mais bonita que recebeu em toda sua carreira.

A frase acima se refere a Rita Lee e foi proferida por Preta Gil no Jornal da MTV. A bela homenagem, no caso, é Preta Gil vestida de travesti e querendo ser Lee.

14 de setembro de 2006, 13:17 | Comentários (1)

frenesi indie

Isso aqui certamente leva o axioma "você é o que consome" a um novo patamar. Escolha suas cinco bandas, escritores, filmes, interesses, ou crie sua própria lista, e mande imprimir em uma camiseta. Como diz o slogan, "agora você pode discutir por horas em qualquer lugar".

Dica da Sabrina.

14 de setembro de 2006, 10:57 | Comentários (1)

abaixo o seqüestro do futebol

Certamente esse assunto já foi discutido na mídia e em outros blogs e mesas de bar por aí. Ainda assim, vale martelar um pouco mais em cima. É um absurdo o seqüestro do futebol pelos interesses comerciais no Brasil. Os pobres não têm mais como assistir aos jogos de seu time legalmente.

A Globo sempre compra os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro apenas para veicular os jogos do Flamengo, mesmo que sejam contra o Santa Cruz ou a Ponte Preta, e outros jogos de times do eixo Rio-São Paulo. Grêmio e Inter só passam na televisão jogando contra algum desses times, ou se a partida cair no mesmo horário. Caso contrário, os torcedores têm de agüentar a novela Sinhá Moça ou o Faustão no lugar.

A Globo jamais se atreveria a fazer isso, não fosse a invenção do cabo. Assim, pode fechar o sinal dos jogos que interessam à maior parte do Brasil e cobrar pelo acesso. É claro que muita gente vai ficar de fora da brincadeira. Mas só as pessoas que não interessam aos anunciantes: aquelas sem dinheiro para gastar. O pior é que nem aos clubes esse povo deve interessar, já que não tem como pagar ingresso e muito menos comprar os produtos anunciados em todos os cantos do estádio.

Isso obriga quem não tem dinheiro a ir a algum boteco assistir. Difícil aferir quantos desses botecos realmente pagam pelo acesso ao pay-per-view. É certo que muitos aderem ao sistema GatoNet, assim como grande parte das pessoas. Não deixa de ser uma boa vingança contra toda a palhaçada dos clubes e da mídia, mas é ilegal. Irônico que a Globo trabalhe contra si mesma nesse caso.

Aí vão dizer que é preciso "profissionalizar" o futebol, para pagar os salários nababescos exigidos por um bando de analfabetos. O problema é que essa espiral de aumentos de salários começou, justamente, por conta da necessidade de agradar aos patrocinadores. Como jogador mais talentoso atrai mais atenção, passaram a ganhar mais. E os times tiveram de atraí-los com salários maiores, para atrair mais patrocinadores. E assim vai. Mas isso não é problema só do futebol, o mundo inteiro hoje funciona nesse sistema de celebridades. Para quem se pergunta o quanto a mercantilização de tudo e a publicidade podem prejudicar o mundo, aí está um bom exemplo.

Alternativas existem. A Globo poderia, por exemplo, usar no Rio Grande do Sul a TVCOM para a transmissão dos jogos em horários de novela. Seria até bom para o Ibope da emissora, que hoje é um traço. Freqüências vazias também poderiam ser usadas. Ou, como sugeriu um leitor do Impedimento, os próprios clubes poderiam ter emissoras e negociar direto com quem quisesse transmitir. Quem sabe, a Band, "o canal do esporte", ou a Record. Ou até mesmo a Rede Pampa.

Certo é que o povo quer futebol. Tanto é assim que, quando o Grêmio faz promoções de trocar um vidro de Nescafé por um ingresso, pagando meros R$ 5, o estádio enche. Vê-se que os capiaus nas ruas ficam animados dias antes, comentando que já fizeram a troca. Afinal, quem é dono dos clubes, a torcida, os patrocinadores ou a Globo?

13 de setembro de 2006, 11:18 | Comentários (13)

apocalipse já!

Terra lança novo canal gay.

12 de setembro de 2006, 12:48 | Comentários (3)

para achar bin laden, tente os camelôs de peshawar
The merchandise hidden under the glass counters, however, caters to a different kind of thrill. For a discreet inquiry and 75p, the smiling traders offer a wide selection of jihadi DVDs. Slickly edited footage shows beheadings of alleged collaborators, bombs that flip American Humvees into the air, and the last words of suicide bombers. And then there are the images of the lanky Saudi tycoon's son with a bad back, a scraggly beard and a placid, dead-fish glare. "I've sold about 100 since Friday," says Abdul at one of the stalls, sifting through a stack of discs. "Some ask for [Afghan militant] Gulbuddin. Some ask for Taliban. Some ask for Osama."

The sheikh, the director, the emir, even "the Samaritan" - Bin Laden violently changed the course of our world in 2001, and then began his own audacious flight from justice. Six days after the twin towers folded into Manhattan, while dazed Americans fumbled for meaning, President George Bush promised to lasso in the al-Qaida leader, Texan style. "There's an old poster out west, as I recall, that said, 'Wanted: dead or alive'," he told a press conference at the Pentagon. The order went down the line. Cofer Black, the CIA's counterterrorism chief, later told a subordinate, "I want Bin Laden's head shipped back in a box filled with dry ice." Yet five years on, a pokey video stand on the Pakistani frontier is about as close as anyone has got.

Reportagem de Declan Walsh faz um balanço da caça a Bin Laden, que promete se tornar um dos maiores fiascos da história da espionagem. Uma invasão militar e milhões e milhões de dólares para nada.

12 de setembro de 2006, 10:23 | Comentários (14)

11 de setembro

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11 de setembro de 2006, 11:13 | Comentários (14)

brasileiro cria mouse ocular

O engenheiro eletrônico Manuel Cardoso ouviu minhas preces. O amazonense criou um mouse ocular, ainda muito tosco e direcionado a tetraplégicos. Mas não há motivo por que pessoas afligidas por LER não possam usar. Dá vontade de comprar, para testar.

8 de setembro de 2006, 10:22 | Comentários (4)

materialismo cultural

A maior prova de que "ter cultura" anda na moda é o fato de um dos eixos da novela Páginas da Vida se desenrolar em torno de uma casa de cultura. Isso sem falar em um monte de cenas de balé, fotografia e vernissages no Leblon — bairro que já dá nojo mesmo sem conhecer, por culpa da Globo, mas isso é outra história. Essa moda também se manifesta em fenômenos como a Daslusp, em que peruas endinheiradas pagam centenas de reais por algumas horas de aula com professores tornados celebridades.

Pode-se argumentar que ao menos estão gastando tempo e dinheiro em algo importante e que, mesmo o fazendo apenas para seguir a moda, as pessoas que mantém uma relação materialista com a cultura podem reter uma ou outra coisa aproveitável para suas vidas. Isso é mais ou menos como dizer que Harry Potter prepara as crianças para ler obras mais sofisticadas. Não prepara. Prepara para ler Harry Potter, como diz Harold Bloom. No caso do materialismo cultural, é ainda pior, pois o que se ganha com a glamurização do conhecimento é um monte de peruas arrotando citações enquanto seus maridos enochatos discorrem sobre as qualidades de um desconhecido vinho neozelandês que acabaram de descobrir.

Conversar com pedreiros é mais intelectualmente estimulante.

7 de setembro de 2006, 21:48 | Comentários (42)

aforismo

Quem ajuda demais atrapalha em dobro.

Nada supera em chatice as pessoas que querem lhe fazer o bem a todo custo. Acabam atrapalhando mais do que quem lhe opõe empecilhos, porque com estes ao menos se pode ficar irritado. Se você fica brabo com alguém que tenta lhe ajudar, ainda corre o risco de passar por ingrato.

7 de setembro de 2006, 10:25 | Comentários (10)

post de aniversário

Este ano, após muito tempo, resolvi fazer uma festa de aniversário. Entrando na onda dos revivals, eu e a Carol Bensimon decidimos fazer uma reunião dançante. Estive cético o tempo inteiro quanto à possibilidade de algum marmanjo mais perto dos 30 que dos 13 realmente se dignar a dançar juntinho ao som de Bangles e bandas do gênero. Não é que dançaram mesmo? Uma das melhores partes de se ficar mais velho é perder o senso de ridículo.

Por muitos anos eu fui contra as datas instituídas para comemorações. Sempre achei que não passavam de golpes de marketing do comércio varejista — embora aceitasse os presentes de bom grado. Hoje vejo que pessoas que são contra o Natal, Dia das Mães ou aniversários estão tão dominadas pela arbitrariedade temporal quanto as pessoas entusiasmadas com essas datas obrigatórias. São de certa forma até piores, porque tentam acabar com a alegria dos outros. Com essa compreensão, passei a gostar dessas situações, mas sem dar grande importância.

Ficar mais velho é ampliar essa mesma compreensão para cada vez mais áreas da vida. Começa-se com coisas pouco importantes como datas e imagino que ao final se esteja encarando a própria existência desse jeito. Ainda estou no meio do caminho.

6 de setembro de 2006, 11:37 | Comentários (12)

Urubus sobrevoam os blogs

Josias de Souza informa que o partido do candidato Luciano Bivar andou querendo saber do Tribunal Superior Eleitoral se blogs podem opinar sobre candidatos. O TSE negou a consulta, porque a campanha já começou. No entanto, parece fácil inferir as intenções do PSL. Provavelmente andam incomodados com alguns blogs, muito provavelmente, com o blog do próprio Josias de Souza e de outros jornalistas famosos. Certamente estão pensando em processá-los. Porém, possivelmente não quisessem fazê-lo sem ter alguma certeza de vencer, porque caso contrário seriam tachados de inimigos da liberdade de expressão e de perseguir repórteres e cidadãos por suas opiniões.

Estava demorando para começarem com esse tipo de coisa.

4 de setembro de 2006, 17:03 | Comentários (11)

Entrevista com o blog Imprensa Marrom

O blog Imprensa Marrom foi condenado em primeira instância a indenizar um indivíduo em R$ 3500 por conta de um comentário ofensivo publicado por um leitor qualquer. O tribunal entendeu que a responsabilidade pelos comentários é do blog, ainda que se possa rastrear o autor original pelo IP. O pessoal do Imprensa Marrom diz que não quer se declarar vítima de um ataque à liberdade de expressão, já que precisa se submeter às leis brasileiras. Atitude muito digna e responsável, mas eles são vítimas, sim, no mínimo, de ignorância do sistema Judiciário quanto ao funcionamento de fóruns abertos de discussão na World Wide Web. Acabaram tirando o sistema de comentários do ar e recomendam a todos os blogueiros com sites hospedados no Brasil que façam o mesmo.

A seguir, uma entrevista sobre o caso com Gravataí Merengue, um dos autores do Imprensa Marrom:

Poderiam me explicar com mais detalhes o caso? O texto no blog não deixa muito claro. Qual foram o post e comentário que deram início ao processo?

É um post antigo, que falava sobre empresas de RH. Havia comentários falando das empresas, e até aí tudo normal. Num belo dia, o blog foi tirado do ar. E descobrimos que foi por causa de um comentário. Nem vimos o comentário, o post era realmente muito antigo. Depois, por meio do processo, descobrimos que a ação foi movida uma semana após o comentário.

O reclamante solicitou que vocês tirassem o comentário do ar, antes de entrar com o processo? Caso o tenha feito, o comentário foi prontamente apagado?

Nâo é bem um reclamente, porque seria apenas se fosse ação trabalhista, né? Nesse caso, é o 'autor'. Ele solicitou que tirássemos TODO O BLOG DO AR. E também que pagássemos uma indenização. Recorremos desse pedido, de tirar todo blog do ar, e tiramos apenas o comentário. Se ele nos avisasse, tiraríamos o comentário na mesma hora.

Vocês fizeram alguma tentativa de jogar a responsabilidade sobre o autor do comentário? Ou ele comentou de forma anônima?

Não fizemos nenhuma tentativa. Apenas explicamos, no processo, que é possível descobrir por meio do IP.

Qual é a base de sua defesa neste processo?

O pedido se baseia no fato de que os comentários são anônimos e, por isso, blog precisa se responsabilizar. Nossa defesa demonstra que não há anonimato. Mesmo se você não usar um nome, o IP está registrado, é um cuidado que tomamos.

Basicamente, o embate processual foi esse: anonimato x registro de IP. O juiz, porém, entendeu de uma outra forma. Independente de ser ou não anônimno, o blog é sempre responsável.

Vocês acham que o autor de um blog é responsável pelos comentários dos leitores?

Eu acho que sim, desde que ele se recuse a remover esse comentário. Aí sim. No nosso caso, não fomos citados para tirar o comentário. Nem sabíamos da existência dele!

Vocês acham que os comentários enriqueciam o Imprensa Marrom? A retirada dos comentários prejudica o resultado geral do blog, ou não fez diferença?

Eu acho que enriquecem, como enriquecem qualquer blog. Os comentários fazem toda a diferença.

O que essa decisão judicial representa para a blogosfera brasileira? E para o modelo colaborativo da Internet de uma maneira geral?

Representa um precedente, sem dúvida. A partir de agora, caso seja mantida a decisão, todos os blogs são responsáveis pelo que consta dos comentários. É uma mudança e tanto, não? E isso inclui os sites colaborativos, claro.

Que conselhos vocês dariam aos blogueiros que queiram evitar problemas?

Não tenham blogs. Porque ter blog é ter um 'problema'. Já começa daí. Depois, caso insistam em ter um blog e ainda assim não queiram problemas, não deixem comentários.

Ou então hospedem o blog no exterior, tendo nesse caso que cumprir com a legislação do país em que publica.

1 de setembro de 2006, 17:24 | Comentários (19)



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