22 de agosto.
Uma sensação meio cinza tomou conta desse aniversário de 23 anos. Duas coisas vieram acompanhar o acontecimento de sempre. A primeira foi a formatura. Formei-me em gabinete hoje pela manhã, num ritual tímido e um pouco vergonhoso de quem decidiu não se importar com rituais. Jurei com desconfiança, num cartão plastificado escrito em Word. Conhecia apenas dois rostos. Acreditei de início que o diretor da FABICO era um aluno, daqueles engajados e que tomam pra si o controle e a organização das situações de grupos. E desses carecas que optam por raspar a cabeça.
Pela última vez, que não será última, mas a mais marcada como tal, cruzei pelo saguão que não significa mais nada, só uns rostos do que já fui e maybe um pouco de desprezo incompreendido.
O segundo acontecimento que decidiu acompanhar esse 22 de agosto foi a partida do Gabriel. O jantar de despedida tinha uma espécie de som de risada com gosto de melancolia. O duelo de ipods provou que ambos carregamos coisas bizarras, para surpresa dos convidados (citam e eu coloco je t'aime moi non plus, citam e ele coloca as do velho Fantástica Fábrica de Chocolate). O pretê americano da Fotógrafa, nascido no Kentucky, sorri simpático sem compreender absolutamente nada. E eu fico assustadoramente triste na frente do portão, e agora durante a tarde tudo adquire um aspecto BISONHO.
Tem um fondue familiar mais além, que talvez seja uma tentativa desesperada de retomar origens (era um hábito meu da infância pedir pra comer fondue no aniversário). Ainda há esperança nisso, um momento de comunhão e laços e etc, mas é mais provável que descambe pra tristeza coletiva da família.
Eu não agendei coisa nenhuma com os amigos, porque não me sentia com vontade pra colocar o pé pra fora de casa e ser hostess e conversar e me dividir em grupos que não se integram, ainda carregando a dúvida se eu mesma ainda me integro nos grupos.

postado por Carol Bensimon as 18:41 | pitacos (2) | trackBack (0)

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