a noite das auto-referências.
Ontem me chamaram pra pré-estréia do Sal de Prata, novo filme da Casa de Cinema, ali no Cinemark. Não neguei. Lá fui eu parar naquele hall com tapete de cassino, entre filas de intelôs portoalegrenses: fila pra pegar pulseirinha, filha pra pipoca, fila pra sala. Dos rostos que reconheci e cumprimentei, 98% tinham alguma ligação com o cinema, o que logo mais se configuraria como o público mais adequado para ver Sal de Prata. Os caras são bons no marketing, não nego nem falo mal: o filme passou somente convidados em TODAS as salas do "complexo de entretenimento". Com direito a Gerbase e equipe falando de sala e sala. Entraram numas de serem vistos há muitos filmes já e, volto a dizer, não falo mal: que deixem então a Columbia fazer os cartazes mais horrorosos em exposição no cinema, que coloquem uma gostosa global pra fazer bilheteria. Desde que se mantenha a coerência. O que eu mais gosto dos caras sem dúvida é a montagem. O troço flui beleza e, citando o próprio filme, "os pedaços agrupados no final fazem sentido", or something like that. O que eu menos gosto são alguns diálogos, os quais não consigo identificar se o problema é de ROTEIRO ou de ATUAÇÃO (às vezes um, às vezes outro, creio. Quem é que diz "tu me apanha às dez?").
Agora, vamos lá, é um filme sobre cinema, e não como Sunset Boulevard ou O dia do gafanhoto, mas um filme sobre cinema pra quem já tem noções de cinema, inclusive técnicas (será que as pessoas normais vão entender o que é 35 e o que é digital?). Na verdade, é uma imensa piada interna, que faz bastante sentido pra mim, mas provavelmente nenhum pra maioria das pessoas que assistirão.

postado por Carol Bensimon as 17:33 | pitacos (7) | trackBack (0)

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