vous avez l'heure?
Cada vez mais fica evidente que sou uma das poucas pessoas do mundo que (ainda) usa relógio. Não é excentricidade, mas dependência extrema. Sinto arrepios só de pensar que o tempo me escapa e que já não sei mais por onde ando. Quando outros chegam pra se vangloriar da sua aparente despreocupação com o saber as horas, sério, fico muito sem entender que diferença brutal pode haver entre nós a ponto de me fazer escrava do relógio, enquanto eles, ao se darem conta do adiantado da hora, no máximo vão ensaiar uma interjeiçãozinha sem muito entusiasmo dizendo: nossa, já.
Tive muitos relógios, pelo menos uns dez. Uma vez até do clube da Swatch eu fui, e ganhei por isso um modelo especial só para sócios. Cheguei a trocar de relógio todo o dia baseado em tons de roupa, mas agora uso sempre o mesmo. Quem chegou suficientemente perto de mim sabe que meu tic-tac está SEMPRE ali, até nas horas mais incômodas (isso mesmo). Um pouco tipo o crocodilo do Peter Pan.
Em casa mesmo eu já uso o meu relógio, coloco junto com a roupa, embora cada peça aqui do apartamento me informe a hora por algum aparelho eletrônico ou objeto decorativo. E por aí todos tem os pulsos nus, seguros de que o mostrador do celular dá conta. Dizem alguns que esse foi mesmo o fim do relógio de pulso, o celular. Mas que trabalho ficar tirando da bolsa toda a hora, como podem? Além do mais, no pulso, o tempo parece me pertencer um pouco mais.

postado por Carol Bensimon as 13:28 | pitacos (9) | trackBack (0)

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