de lá para cá.
Creio que não há quem discorde que os músicos que começaram a sua carreira nos anos 60 e 70 passaram a valer quase nada a partir dos 80. A trajetória de Leonard Cohen nos mostra isso de modo quase didático. Trocou o dígito 7 pelo 8, acabou-se praticamente tudo. A voz muda, adiciona-se o tão temido teclado, e, como se não bastasse, também um vergonhoso backing vocal feminino gospel. Do folk, cai-se em algo difícil de definir. Deletei toda essa parte da discografia de Leonard Cohen assim que pude ouvi-la. Salvei só o The Future, de 1992, o qual gosto muito não pelas mudanças que surgiram a partir da tão temida década, mas APESAR delas. Mas, enfim, termino por dizer que Leonard Cohen é uma das coisas que mais gosto de escutar, e a segunda coisa que mais escutei segundo o meu last.fm. E passo agora para Loudon Wainwright III, mais um exemplo claro da inevitabilidade das décadas.
Loudon Wainwright III é o pai do Rufus Wainwright. Digo que é mais provável conhecer o filho do que o pai. Já gostei do filho, mas hoje em dia a voz dele me irrita um pouco. Loudon Wainwright III eu conheci pela trilha sonora do excelentíssimo A Lula e a Baleia (de onde saíram outras descobertas que mais tarde comentarei). Está muito próximo de Leonard Cohen ou talvez mais de Nick Drake, bem, enfim, desses que mandam num folk que é verdadeiramente a minha grande e inexplicável paixão musical. Baixei a discografia completa no início da semana, onze cedês e, embora eu ainda não tenha ouvido todas as faixas, deu pra sacar que a maldição anos 80 também se aplica. Guardei tudo que veio antes, e me desfiz do restante. De uma coisa tocante pra burro, caiu nesses últimos anos pra umas baladinhas estilo Garth Brooks (Garth Brooks é, ou ao menos era quando eu sabia algo disso, um dos pops do country americano contemporâneo). Sofrível. Ou talvez eu é que não esteja aceitando nada bem as mudanças. Às vezes desconfio de mim mesma.

postado por Carol Bensimon as 14:48 | pitacos (11) | trackBack (0)

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