mondo acadêmico.
É provável que eu defenda minha dissertação em agosto de 2008 se eu resolver adiantar a coisa toda, ou no período regular, isso quer dizer, 2009. É um bocado de tempo que falta, mas contrariando qualquer tendência a resolver tudo na última hora, ando já envolvida - até os ossos - tanto com a criação literária quanto com a teórica. Para aqueles que não sabem, o resultado do meu mestrado deve ser uma obra literária, acompanhada do que chamam de “capítulo teórico”, ou seja, uma reflexão teórica sobre algum aspecto da obra. É sobre essa pequena parte que quero falar agora. Porque era de se esperar que alguém a fim de produzir literatura, ainda que financiada pelo CNPQ e com toda a confiança da PUCRS, ia levar essa parte de teoria como chatice obrigatória onde vale a lei do menor esforço. Portanto qual não foi minha surpresa quando essas futuras trinta páginas iniciais transformaram-se na minha petite obsession. Nunca podia imaginar que pesquisa acadêmica ia ganhar ares tão divertidos quanto as investigações policiais que eu imaginava na infância, e grande parte disso deve-se ao fato de que, sim, eu quis me complicar pra caralho e escolhi um assunto sobre o qual praticamente não existe teoria. Isso quer dizer que não preciso criar uma, mas QUASE isso, o que é mais do que estimulante. Segundo, vou ter a satisfação de trabalhar com três livros excelentes e que têm todos menos de 25 anos. São eles: O Naúfrago (Thomas Bernhard, 1983), O Perdido (Hans-Ulrich Treichel, 1998) e Extremamente Alto & Incrivelmente Perto (Jonathan Safran Foer, 2005). É, além de preferência pessoal, uma escolha com ares de alfinetada. Porque não faz muito sentido ler A Canção de Rolando hoje, que não seja por um mórbido interesse histórico, os panoramas da sociedade portuguesa em Eça de Queirós são chatésimos, Erico Verissimo é superestimado, enfim, admito a importância de tudo isso e de D. Quixote, mas chega né, não obrigada, não quero olhar tão para trás, e que venham os futuros professores revolucionar esse mondo acadêmico.

postado por Carol Bensimon as 16:32 | pitacos (6) | trackBack (0)

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