Comentários sarcásticos, crítica vitriólica e jornalismo a golpes de martelo por Marcelo Träsel


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voto aberto

Vejam vocês como são as coisas. O sujeito fica defendendo o voto nulo por alguns meses e acaba se decidindo por votar em todas as instâncias dessa eleição — ainda que em protesto nos cargos executivos. Lembre-se de que os cargos legislativos são muito mais importantes. Apesar das medidas provisórias, quem manda mesmo no país são deputados e senadores. Pense nisso com carinho.

Cristovam Buarque — Foi o candidato que melhor manteve a dignidade nessa eleição. Lula deixou de ser digno durante os últimos quatro anos. Alckmin nunca foi digno de nada além de pena. Já Heloísa Helena quis se mostrar digna demais e acabou pondo tudo a perder na campanha, tornando-se uma mera grasnadora arrogante. Cristovam argumenta racionalmente e tem um projeto, enquanto os outros se limitam a papagaiar clichês. Sem entrar no mérito do projeto e de suas idéias, talvez uma votação expressiva do trabalhista incentive os marqueteiros a investir em um verdadeiro debate daqui a quatro anos. Ou seja, em vez de passar um recado niilista votando nulo, voltei a acreditar na democracia.

Guilherme Giordano — Até votaria no candidato do Partido Verde ao governo do Estado, mas depois da patuscada do vídeo falso é impossível. Além disso, Edison Pereira não sabe fazer o verbo concordar com o sujeito. Meus dedos não digitarão o 13 esse ano, então Olívio está fora, embora seja um dos poucos petistas a ter saído com dignidade quando Lula chamou os vendilhões ao Planalto. Por outro lado, Giordano é o candidato mais divertido, trazendo leveza e humor ao horário eleitoral. Seria triste vê-lo cair fora por conta da cláusula de barreira. E não deixa de ser um voto de protesto, exigindo mais espaço para a esquerda.

Vera Guasso — O PSTU sempre me divertiu com slogans criativos como "contra burguês, vote 16", ou "contra o FHC, o FMI e tudo isso que está aí". Infelizmente não aceitaram minha sugestão de "contra petista, vote comunista", mas tudo bem. Outro partido que merece ficar acima da cláusula de barreira. E Vera Guasso é honesta, conforme averigüado com relações pessoais indiretas. Até votaria em Simon pelo mesmo motivo, se ele não estivesse ameaçando morrer antes de completar o mandato de oito anos, abrindo o caminho para um suplente qualquer. Se quiser me seguir, digite 161 na urna.

Manuela D'ávila — Fiquei bastante bem impressionado ao entrevistá-la para o Nova Corja. Não é nada ranheta enquanto comunista e também parece ser uma boa pessoa, isto é, alguém que não vai roubar. A candidata a deputada federal pelo PCdoB não parece, porém, ter grandes projetos, mas neste momento o importante mesmo é impedir que corruptos voltem ao Congresso. O número é 6565.

Filipe Oliveira — É professor do cursinho Unificado e tem como plataforma combater a depredação arquitetônica das cidades gaúchas pelos interesses econômicos das incorporadoras. Certamente não rouba: conheço-o desde criança, por ser casado com uma tia minha. É o único candidato a deputado estadual em que confio o suficiente para dar um voto. Concorre pelo PV, o que ainda tem a vantagem de colaborar para manter o partido de Gabeira acima da cláusula de barreira. O número é 43010.

27 de setembro de 2006, 11:19 | Comentários (20)



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