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contribuinte morto não paga
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contribuinte morto não paga
Costuma-se dizer que, no Brasil, para cada real arrecadado um outro real é sonegado. É possível que não seja exatamente essa a proporção, mas dificilmente alguém duvidará de que sonegar impostos é um dos esportes nacionais mais praticados. Vamos então supor que essa relação de um para um seja verdadeira e que, por algum milagre, tudo o que, pela lei, de fato deve ser recolhido em impostos, taxas, tributos e contribuições venha a pingar nos cofres públicos de um dia para o outro.O que aconteceria? Obviamente, a carga tributária dobraria, alcançando monumentais 80% do PIB. Mas isso não significaria um grama de aumento de carga para os que já recolhem e, simplesmente, implodiria o déficit público, com todas as vantagens do equilíbrio fiscal.
Agora, imagine um corte drástico e linear nos impostos diretos e progressivos sobre a renda individual. Isso, num primeiro momento, aliviaria a vida de todos os que ganham o suficiente para não serem isentos de recolhimento do imposto de renda. Mas, é lógico, favoreceria proporcionalmente mais quem ganha mais. O resultado seria um colapso econômico, com estímulo à produção de bens supérfluos e a falência definitiva de serviços públicos tipo segurança, controle ambiental, pesquisas etc.
O economista José Paulo Kupfer combate o festival de besteiras a respeito da carga tributária que tem assolado a mídia. Mostra que na economia, como em qualquer outra área, nada é tão simples assim. Não que qualquer pessoa em sã consciência possa ser a favor de impostos mais altos, mas há tributos e tributos, e alguns são justos.
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