pocket-resenhas.
Crimes de autor (Roman de gare) vale o ingresso sobretudo para quem acha que nada acontece nos filmes franceses. Um thriller trimassa com mulheres francesas surtando, para variar, e todas as reviravoltas e truques de um Talentoso Ripley. O que me agradou SOBREMANEIRA foi o início do filme. Nunca tinha visto no cinema (na literatura, há casos) nada minimamente parecido: temos um cara em cena dirigindo por uma auto-estrada, e temos a informação de que um pedófilo acaba de fugir de um presídio, e também sabemos que um professor de literatura do subúrbio desapareceu, deixando o emprego, mulher e filhos, e portanto demoramos uma ETERNIDADE para saber qual dos dois é aquele homem (quanto então cria-se uma terceira possibilidade). Recurso sensacional.

A culpa é do Fidel (La faute à Fidel) é a história de uma garota de 9 anos e de seus pais de esquerda e politicamente engajados. Diversão garantida. Embora a minha mãe (de esquerda) tenha ficado o tempo inteiro reclamando da menina - que tem inicialmente tendências de aristô - não consegui (ainda que de esquerda, creio) evitar minha simpatia em relação à personagem. Em tempos de amigas grávidas, levanta a questão de até que ponto podemos envolver os filhos nas nossas ideologias ou gostos pessoais, e que talvez seja mais importante para uma menininha andar de balanço tranqüilamente do que saber que crianças estão morrendo aos montes na África.

Ao lado da pianista (La tourneuse de pages). Mais um thriller, mais um casal rico de meia-idade e mais uma prova de deprevação da sociedade francesa. Excelente. Tensão sem limite no nada acontecer. Trimassa no IMDB uns americanos não entendendo o final e um espanhol tendo que explicar.

Lírios d'água (Naissance des pieuvres). Não perco nenhum filme adolescente indie. Antes, li comparações dele com os filmes da Sofia Coppola. Já vale a pena inicialmente pela bizarrice do universo: uma equipe de NADO SINCRONIZADO num subúrbio de Paris. Uma garota se apaixona pela líder da equipe, que é conhecida como a putinha da zona (depois, é virgem). Amor de um lado, uso indiscriminado de outro. Bonito final.

Todos, menos o primeiro, passaram no Festival Varilux, que já está acabando.

postado por Carol Bensimon as 21:07 | pitacos (8) | trackBack (0)

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