é tudo verdade.
É, tenho que admitir e me juntar à opinião do Roger, que afirmou esses dias nos comentários: a literatura francesa anda mal. Estou lendo "Como me tornei estúpido" e achando fraquinho fraquinho. Lembrando que foi um dos livros que mais projeção teve fora da França nos últimos tempos (e inclusive o novo livro do cara, o Martin Page, foi traduzido bem rápido aqui no Brasil), o diagnóstico só piora. Além do clássico ponto de partida preciso-mudar-de-vida-radicalmente (citado uns posts atrás), muitos autores franceses tem apelado para um humor que acho muito do sem graça.
Um dos únicos autores que sobreviveu ao teste foi o Patrick Modiano, mas o livro dele que eu li é da década de setenta (prometo a mim mesmo que vou tentar os mais recentes). Bem, em todo o caso, e por mais que eu seja francophone de carteirinha, acho bem feito: francês tem mania por exemplo de achar que não se ensina a escrever, de modo que não há NENHUM curso sério, quero dizer, ligado a uma universidade, de escrita criativa, como há nos Estados Unidos ou Canadá. Talvez isso seja pelo menos um dos motivos para a literatura anglófona dar de relho na literatura francesa contemporânea. Enquanto continuar esse romantismo besta de eu-escrevo-numa-chambre-de-bonne-bebendo-vinho-e-metendo-uma-piada, os americanos vão continuar humilhando.

postado por Carol Bensimon as 14:29 | pitacos (4) | trackBack (0)

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