« dezembro 2007 | Principal | fevereiro 2008 »

baby.
Depois de, hm, quatro anos?, sem ir ao Rio, embarco amanhã e fico dez dias (dos quais dois serão reservados a Parati). E, bah, estava indo dormir quando ouço na tevê a música Sapore di Sale de fundo para algum documentário marítimo, e então fui correndo passar a trilha do Anos Rebeldes, da qual ela faz parte, para o ipod. Lembrança das viagens familiares ao Rio. Não poderia ir e deixá-la aqui.

postado por Carol Bensimon as 21:14 | pitacos (12) | trackBack (0)

arquitetura que vale uma olhada, 1.
Conforme prometi três posts atrás, começo aqui a minha série ultra-pessoal Arquitetura que vale uma olhada (aqui em Porto Alegre, sempre é bom lembrar). A idéia é mostrar não grandes marcos que todos já estão carecas de conhecer, mas espaços, em geral casas, que passam desapercebidos e que tocam pela SINGULARIDADE.
Numa ordem aleatória de uma lista que provavelmente terá dez itens, apenas pelo redondo da coisa, começo então por essa casa, localizada no Menino Deus e conhecida no meio arquitetônico como Casa-Fatia. Desde o princípio, o que a torna singular e justifica o nome é o fato de não ser mais larga do que uma porta de garagem, e ao mesmo tempo comprida de ocupar meia quadra. Por dentro, há uma piscina suspensa que é uma loucura, o que sei por ter visto por acaso num especial Cláudia de arquitetura que lia o vizinho de poltrona no avião.
Enfim, um projeto ousado. Como vocês podem notar, não há muitas janelas (a entrada de luz, pelo que me lembro, se dá por cima). Na terceira foto, que não está muito boa, eu sei, dá pra ver o grande paredão lateral de concreto.
O que acho interessante é que, se a arquitetura contemporânea em geral é relacionada com uma certa frieza, de forma que nós não-especialistas costumamos rechaçá-la porque não acreditamos que ela inspire a sensação desejada de ambiente acolhedor, creio que na Casa-Fatia esse desafio que o contemporâneo deve enfrentar está muito bem resolvido com, bem, principalmente PLANTAS: o paisagismo gostoso e cuidadíssimo da propriedade quebra nosso ranço com o mudeeerno e dá um calor ao lar. Pelo menos comigo funcionou. Acho a casa super simpática.

Update: Aqui um álbum da Casa Fatia num site em espanhol, com vista aérea e fotos do interior.

casa-fatia01.jpg

casa-fatia02.jpg

casa-fatia03.jpg

postado por Carol Bensimon as 13:43 | pitacos (8) | trackBack (0)

mulheres, crianças e guarda-chuvas.
No meio de uma sessão coletiva hilária de vídeos youtubeanos, um amigo mostrou esse site chamado Tilt Viewer. É basicamente um mosaico em 3D com 25 fotos extraídas do Flickr. Não sei bem qual o critério de seleção, mas 90% delas são muito boas e, depois que se cansa das 25, é só clicar no atualizar que todas elas mudam. Estou fazendo isso MUITAS VEZES e não consigo parar.

postado por Carol Bensimon as 19:53 | pitacos (3) | trackBack (0)

amy winehouse.
Se meu sobrenome fosse Casa de Vinhos, eu também me drogaria.

postado por Carol Bensimon as 18:29 | pitacos (7) | trackBack (0)

vale a pena uma olhada.
Há um ano, um ano e meio, comecei a me interessar por arquitetura, quero dizer, me interessar mesmo, não simplesmente achar os prédios parisienses muito bonitos e sei lá que castelo incrível: deixei em stand by esse conceito recorrente e envelhecido de belo para desenvolver uma atração pela bizarrice, pelo que não compreendo muito bem. Isso quer dizer que me ligo agora em arquitetura moderna e arquitetura contemporânea, mais no sentido de querer que essas coisas me provoquem uma sensação de estranhamento do que um desejo de achar tudo bonito - até porque, convenhamos, é bem difícil se desprender de velhos julgamentos para "belo".
Semana retrasada vi um tijolão da taschen chamado Architecture Now, vol. 5, por 200 reais. Uma delícia que evitei comprar. Foi esse livro que me motivou a fazer uma comprinha básica de pra lá dos 100 euros na fnac francesa. Custa 26 euros na França, de forma que aproveitei também pra encomendar o volume 2 da mesma série - e outros livros sem nenhuma relação com arquitetura - numa super promoção de 9 euros e pouco (por algum motivo, a fnac decidiu agora que não vai me enviar esse volume 5, o que fiquei um pouco sem entender. Desculpem aí, mas é minha primeira compra pela internet. Sério).
Bem, parando de tangenciar, o que eu queria dizer mesmo é que, inspirada na lista do Saulo (/mujique) de prédios horrorosos de Passo Fundo, e agora da programada segunda lista, os prédios grotescos de Porto Alegre, aviso que ESTAREI DESENVOLVENDO nesse blog uma lista contrária, a das obras arquitetônicas portoalegrenses que vale a pena dar uma olhada. Aguardem aí, que eu pelo menos vou me divertir com isso. Ah, sugestões são bem-vindas.

postado por Carol Bensimon as 17:25 | pitacos (9) | trackBack (0)

oi, mãe.
Amanhã, sexta-feira 11, vou estar no Radar, às 18h30, na TVE. Certamente darei vexame.

postado por Carol Bensimon as 13:41 | pitacos (10) | trackBack (0)

literatura feminina.
"Literatura feminina" é o tipo de termo que gera um incontável número de piadas internas na minha vidinha. Desde que entrei no mestrado então, isso se tornou mais engraçado ainda. Em primeiro lugar porque, no meio acadêmico, me parece difícil que alguém pense em analisar o texto da uma autora sem tocar na questão do feminino, como se ser MULHER determinasse todo o sentido de uma obra. Depois, o feminismo como teoria literária é pura enganação, nunca se sustenta, e em geral acaba caindo para uma leitura psicanalítica ou marxista. O mais estranho contudo é quando tentam discutir se existe "escrita feminina", uma prosa mais intricada, subjetiva, simbólica e todas essas coisas. Pensando então que Hemingway é texto de macho, fica fácil dizer que Joyce ou Cortázar são mulherzinhas, e essa afirmação basta para percebermos que um tipo de análise dessas não faz mesmo o menor sentido.
Mas o problema, infelizmente, não se restringe à academia. Tá certo que tem mulher que escreve texto que cheira a sutiã queimado, e disso prefiro passar longe, mas me parece que o grande nó está na recepção: por que, quando uma mulher escreve sobre filhos ou trabalhar ou administrar a casa ou traição ou infelicidade amorosa, ela está retratando a sua "condição de mulher" e, quando um homem escreve a mesma coisa, está simplesmente sendo HUMANO?
Me lembro de um livro que li sobre Paris, no qual um escritor americano reclamava que a cidade não tinha uma livraria especializada em literatura homossexual (ele era, obviamente, gay). Isso me marcou por ser uma das coisas mais bobas que já ouvi. Que papo é esse de literatura gay, literatura negra, literatura feminina? A literatura tem que valer por si só, e não porque está representando um grupo ou outro. Por isso, quando escrevo, não penso nada em gêneros e não tenho nenhum problema em usar tanto narradoras femininas quanto narradores masculinos. Os confiltos são humanos e podem caber em qualquer um. Até porque, na minha vida e na das pessoas que me cercam, os papéis dos gêneros não são tão estanques assim. Além disso, fora com o professor de tênis, não tenho grandes contatos com machismos e assemelhados, e por isso não vejo nenhuma necessidade em usar literatura como meio para afirmar "identidade feminina" ou qualquer bobagem dessas.
Mulheres, me chicoteiem, mas é o que eu acho.

postado por Carol Bensimon as 16:31 | pitacos (26) | trackBack (0)

bolsa funarte II.
Os três gaúchos contemplados com a bolsa da Funarte (eu e André Dick na literatura, Diones Camargo na dramaturgia), na capa do Segundo Caderno da Zero Hora hoje. Aqui para ler.
No mais, o Mundo Livro, blog de literatura da ZH, traz um perfil mais completo dos três. Ficou engraçado a parte do meu na qual me explico sobre o assunto narradores masculinos ou femininos.

postado por Carol Bensimon as 14:41 | pitacos (6) | trackBack (0)

papo de sonho.
Ainda não vi o novo do David Lynch, mas acho engraçado que esse e o anterior tenham sido batizados aqui no Brasil com alguma-coisa sonho (quando no original nenhum deles mencionou a palavra (Mulholland Drive e Inland Empire), de modo que em 2001 tornou-se corrente as pessoas de bom-senso se referirem ao título original no lugar de Cidade dos Sonhos. Bem, de qualquer maneira, a tática parece ser: coloque a palavra "sonho" como uma advertência de que as coisas não serão exatamente lineares. Na minha opinião, não funciona, pois acredito que não há o risco de um desavisado simplesmente entrar num David Lynch porque o horário da sessão parecia cômodo.
Ah, pela primeira vez estou vendo todos os episódios do Twin Peaks, embora eu já tivesse até lido, uns anos atrás, o Diário da Laura Palmer, escrito pela filha do David Lynch (atitude incompreensível). Todos os 552 personagens são incríveis, e a direção de arte é fantástica. Já sei que Twin Peaks vai entrar certo na minha dissertação.

postado por Carol Bensimon as 14:29 | pitacos (5) | trackBack (0)

arquivos

insanus



Kongo.gif