Comentários sarcásticos, crítica vitriólica e jornalismo a golpes de martelo por Marcelo Träsel


blog é literatura?

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Fui convidado pelos alunos da Ecos/UCPel a palestrar em um painel durante a semana acadêmica deles. O tema é o papel dos blogs no jornalismo alternativo. Se algum leitor da região de Pelotas quiser me apresentar aos melhores bares ou restaurantes da região após o painel -- ou aproveitar a chance de me jogar tomates podres --, apareça lá na segunda-feira, a partir das 19:00.

31 de outubro de 2007, 16:56 | Comentários (11)

no japão isso exigiria um seppuku, no mínimo

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Abriu um restaurante japonês na Cidade Baixa, o Temakeria. Não, você não se enganou de blog e entrou no Garfada sem querer.

O caso é que o Temakeria veio parar aqui na página policial por causa da foto acima. Ela foi tirada de um táxi na noite de sexta-feira, pouco antes das 23:00, quando voltava do trabalho para casa, dormir o sono dos justos. Desde que abriu esse restaurante, porém, o sono leva um pouco mais de tempo para chegar, porque se forma toda noite um engarrafamento na primeira quadra da Lima e Silva. Culpa do toldo branco que vocês vêem, onde os clientes param em fila dupla para deixar o carro com o manobrista, numa rua em que já é difícil passar normalmente. Cadê a EPTC, cadê a Smic? Principalmente, cadê a civilidade dos proprietários do restaurante?

Se quiser saber como é a comida, leia no Destemperados.

28 de outubro de 2007, 21:31 | Comentários (27)

podcast acadêmico

Acho que havia esquecido de recomendar o debate semanal dos professores do núcleo de Comunicação Digital da Famecos. Toda sexta-feira, uma nova conversa com André Pase, Andréia Mallmann, Eduardo Pellanda e Silvana Sandini sobre algum tema nerd.

25 de outubro de 2007, 15:20 | Comentários (3)

a longevidade é superestimada

Ultimamente as "reportagens" sobre novos métodos para evitar o envelhecimento e aumentar a expectativa de vida têm me incomodado mais do que de costume. Há alguns dias o pesquisador Richard Watson publicou uma linha do tempo da extinção de várias coisas. Segundo ele, após 2050 a humanidade se livrará da feiúra e da morte. Não que Watson deva ser levado muito a sério, porque pelo jeito é apenas um futurólogo. O fato de ele prometer o fim da morte, por outro lado, é sintoma de algo maior e mais profundo.

A longevidade se tornou um valor em si mesma. Todos querem viver 100, 120, 200 anos, como se isso fosse um objetivo inquestionável, o sentido da existência humana como um todo. Pior ainda, querem se manter jovens até idades avançadas. E dá-lhe verbas de pesquisa e desenvolvimento de novas drogas e métodos para evitar o envelhecimento, dá-lhe espaço na mídia para divulgar os achados nessa área, dá-lhe gente fazendo sacrifícios enormes para atingir a imortalidade.

Alguns métodos são um pouco mais doidos do que outros. O pessoal do transhumanismo, capitaneado por Ray Kurzweil e outros, sonha com o dia em que seres humanos descarregarão suas mentes em redes eletrônicas ou cérebros robóticos, deixando para trás esse corpo fedido e decadente. Um grupo um pouco mais sensato e realista advoga a restrição calórica como forma de acrescentar algumas décadas à vida humana. E há ainda as pessoas que se contentam em usar cosméticos caríssimos, fazer exercícios e seguir uma alimentação adequada do ponto de vista clínico.

O Fantástico de domingo mostrou uma reportagem sobre uma nova escala de risco cardíaco. A escala de Framingham é embasada em dados sólidos, coletados ao longo de décadas. Deve dar mesmo uma boa idéia do risco de se ter uma doença coronariana. O problema é que mostraram uma mulher que, depois de perder trocentos quilos e passar a adotar uma alimentação supersaudável, levou um puxão de orelhas do médico por fumar quatro cigarros por dia. Odeio cigarros, sei que fazem mal, mas poxa! A mulher já mudou completamente a vida e isso não satisfaz à medicina. Depois de tudo, nem um pequeno luxo ela pode se dar. Se largar os quatro cigarros diários vai ganhar o quê? Uns dois ou três anos a mais de vida? É por isso que ninguém agüenta seguir ordens médicas.

O mais estranho é que ninguém mais parece se admirar com essa negação do presente em nome da eterna juventude. Antes de pensar em viver além dos cem anos, as pessoas deveriam estar preocupadas em arranjar algo que preste para fazer hoje, amanhã, semana que vem. Parece que nunca param e refletem sobre o que seria viver mil anos batendo ponto na mesma empresa todo dia, comendo no mesmo restaurante todo dia, vendo os mesmos Matusaléns todo dia. Ninguém nunca pensa nas conseqüências funestas da longevidade.

Nada contra viver até os cem anos com toda saúde e disposição possíveis. O glamour de morrer jovem e ser um belo cadáver é tão condenável quando o encanto da imortalidade. Só não parece valer muito a pena passar a vida inteira comendo tofu e suando na academia para chegar lá. E isso se não morrer aos 64 anos, quando um cachorro pastor alemão saltar de uma cobertura em Capão da Canoa e atingi-lo na cabeça, quebrando seu pescoço (fato real, acreditem), tornando tudo uma tortura inútil.

23 de outubro de 2007, 14:14 | Comentários (16)

a integração do público na propaganda

Depois de dominar o jornalismo, a interação mediada por computador começa a causar mudanças mais profundas na propaganda. Hoje em dia, todo webjornal que se preze tem uma seção de notícias enviadas pelos leitores. As diretorias das redações se deram conta de que as pessoas gostam de aparecer na mídia e estão dispostas a trabalhar de graça para isso — e faço esse comentário sem qualquer intenção de condenar esse tipo de jornalismo participativo como "exploração" do público. Colaborar com um jornal sem receber dinheiro não é pior do que usar uma camiseta com o logotipo de uma marca famosa na rua: você está beneficiando uma empresa privada em troca de algum tipo de satisfação pessoal. Seja feliz.

As agências de publicidade mais antenadas já andavam produzindo ações que integram o consumidor, em geral fazendo com que ele participe de alguma atividade online ou offline. No entanto, esse tipo de propaganda — e uso o termo aqui de propósito, porque essas ações de publicidade seguem a lógica da propagação, não mais a da difusão — cada vez mais se torna um item importante nos orçamentos de marketing de grandes empresas. A vantagem é que em geral custam muito menos do que um anúncio na televisão e atingem apenas os consumidores interessados. E na televisão sempre existe a chance de a pessoa trocar de canal ou botar o aparelho no mute durante os comerciais.

Durante os últimos meses, tive a satisfação de participar do que talvez seja a primeira campanha no Brasil a usar peças em vídeo desenvolvidas somente para a Web. A LiveAD criou para a marca Ilhabela, da Grendene, uma série em três capítulos, protagonizada por um ator da Malhação. Até aí, seria apenas um anúncio normal em vídeo usando um suporte diferente.

O novo mesmo está na forma de escolha das atrizes: foi feita uma seleção entre as potenciais consumidoras da sandália, através de recrutamento em colégios, uma parceria com a revista Capricho e o YouTube. Dez meninas foram selecionadas para participar da websérie como atrizes. Mas o importante mesmo é que muito mais meninas receberam a mensagem da Grendene nos colégios, na revista e no YouTube, onde foram postados mais de 90 vídeos, somando 30 mil visualizações. O primeiro episódio está no ar.

Esses vídeos vão continuar lá, nos perfis das meninas que participaram, espalhando o nome da marca indefinidamente, mesmo quando a campanha acabar e for esquecida. Trata-se de um grande acerto o uso do YouTube. Primeiro, poupa-se espaço de servidor e incomodação, porque caso a websérie gere muito tráfego pode derrubar o servidor onde o site da marca está hospedado. Segundo, conta-se com todo o élan comunitário do YouTube, que pode fazer esse conteúdo emergir através das listas de vídeos relacionados e pela facilidade de se trocar links.

Além disso, o site da campanha oferece conteúdo interessante para quem é fã de Malhação e permite que o público faça comentários em um "videofotolog". Não há maneira melhor de encantar o público do que fazê-lo se sentir parte da construção de um "bem público". Essa é a lição que o Linux e a Wikipedia ensinaram, a imprensa seguiu e agora a publicidade começa a levar bastante a sério. Pode-se até considerar a websérie boba e a idolatria de um ator da Malhação uma enorme bobagem, mas a verdade é que as meninas que comprariam as sandálias da Grendene acham esse conteúdo muito interessante. Sejam felizes.

9 de outubro de 2007, 11:32 | Comentários (9)

batatinha

Regozijai-vos, fiéis! Daniel Pellizzari voltou a escrever um blog. Dessa vez, o motivo é relatar a experiência de passar um mês em Dublin, fazendo pesquisa para escrever um livro da coleção Amores Expressos.

5 de outubro de 2007, 14:23 | Comentários (9)

polícia gaúcha ganha reforço de peso

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OK, OK, o título dessa matéria não está exatamente errado, mas no mínimo dá margem a interpretações erradas e piadinhas, coisa que convém evitar no jornalismo.

1 de outubro de 2007, 14:13 | Comentários (26)



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