Comentários sarcásticos, crítica vitriólica e jornalismo a golpes de martelo por Marcelo Träsel


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análise de conteúdo do #rodaviva no twitter

Enviei um artigo sobre a cobertura do programa Roda Viva no serviço de microblog Twitter para o 6º Encontro da SBPJor. O que eu fiz foi uma análise de conteúdo sobre todas as ocorrências de #rodaviva no Twemes entre 16 de junho e 17 de julho. No total, foram 323 tweets, divididos nas seguintes categorias:

  • narração: textos cujo foco principal é relatar ações ocorridas dentro do estúdio ou as reações de telespectadores (mudar o canal, por exemplo);
  • comentário: opiniões a respeito das manifestações dos entrevistadores e/ou do entrevistado, links para páginas relacionadas ao tema, ou brincadeiras;
  • conversação: troca de mensagens entre usuários do Twitter sobre a entrevista;
  • institucional: atualizações com dados de serviço sobre o programa;
  • outros: textos que não puderam ser enquadrados nas outras categorias.

    O resultado está na tabela abaixo:

    tabela_twitter.jpg

    O fato de narração, conversação e comentário somarem quase 80% das manifestações comprova, a meu ver, que a cobertura é relevante. Como eu tentei mostrar em minha dissertação, o comentário adicionado pelo público aos conteúdos veiculados pela imprensa é um grande avanço para a democratização da comunicação, na medida em que pluraliza os pontos de vista necessariamente limitados pelas rotinas de produção das redações. No caso do programa em questão, o fornecimento de informações oriundas de outras fontes e questionamentos dos convidados e telespectadores permite melhor contextualizar os pontos abordados e corroborar ou colocar em xeque as declarações do entrevistado. Como sugerem os resultados, há também um diálogo entre os integrantes do público e desse público com a emissora.

    A conclusão é que se trata de um modelo que merece ser levado em conta pelas organizações, empresas e indivíduos preocupados em equilibrar a lógica emissor→receptor da televisão com uma lógica mais participativa através da Web – sobretudo no momento em que a TV digital resulta em um retumbante fracasso de adesão e maior ainda em termos de "interatividade". Por outro lado, o acesso à Internet fica mais pervasivo a cada ano, chegando a já a 34% da população, conforme o relatório do Cetic mais recente.

    O uso do Twitter consegue integrar a um programa de televisão as características de memória e interatividade, típicas do webjornalismo, e com isso reverter a atomização provocada pelos meios de massa, transformando a massa em rede social.

    Quando e se receber o aceite da SBPJor, publico aqui a íntegra do artigo. Agradecimentos ao Pedro Markun e à Isabel Colucci, que me responderam algumas perguntas.

    1 de agosto de 2008, 19:27 | Comentários (3)



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