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obrigada.
As respostas alternativas para "obrigada" são assustadoras. Quando alguém diz "não por isso" a vontade que tenho de gritar "Pelo que então?" é quase irresistível. Mas de longe a opção "disponha" recebe o prêmio da mais engraçada. Tenho que me controlar muito para não fazer como as criancinhas, ou ao menos como as criancinhas de antigamente, que respondiam de maneira não-polida: ponha.

postado por Carol Bensimon as 17:15 | pitacos (10) | trackBack (0)

1994.
A escolha fundamental de nossas vidas era: Liv Tyler ou Alicia Silverstone?

postado por Carol Bensimon as 13:32 | pitacos (17) | trackBack (0)

brasil-sil-sil.
Desde os 17 anos, eu tiro a sobrancelha no mesmo INSTITUTO. Já tentei me livrar disso de muitas maneiras: fui em outros lugares e tentei pegar a pinça com as próprias mãos. Tudo logo revelou-se falho, e de volta tive que ir nesse lugar do Centro que, além de ser fora de mão pra caramba, ainda tem mujeres que me hostilizam por eu não fazer o tipo que fala sobre cirurgias plásticas e novelas. O movimento de eterno retorno só tem um motivo: essa mulher é a melhor tiradora de sobrancelha da cidade.
Mas a coisa toda tem o seu preço. Se hoje me abstenho de participar de qualquer assunto, não posso deixar de ouvir o que é dito em volta, que é basicamente o que os meus companheiros do insanus chamariam de "merda pela boca". Sem parar. Na última vez que estive lá, foram tantas pérolas que achei que jamais me lembraria de todas. Me esforçando pra prender as frases na memória, percebi que o conjunto da obra formava o retrato mais fiel do BRASIL-SIL-SIL.

Brasil e a educação no seio familiar: "O padrasto dela [vira-se para a filha, de 15 anos que parece uma mulher produzida de 35] criou ela desde os 2 anos. Ele tem mais do que direito de xingar, ele tem direito de bater."

Brasil e a tolerância racial: "Lembra da fulana? [alguém que tanto a tiradora de sobrancelha quanto essa cliente-amiga conhecem]. A filha dela adora um neguinho. Coitada da fulana."

Brasil e a juventude esclarecida: "E tem mais. Parece que a filha da fulana gastou 2.500 de telefone, imagina! [a garota de 15 anos se vira e diz] Ai, guria idiota! Imagina quanta roupa eu podia comprar com 2.500 reais!"

Brasil e a crença na ciência: [tiradora de sobrancelha lembra de um amigo delas que morreu, ao que cliente-amiga responde] "Ele ficava me perseguindo logo depois que morreu, aí fui num centro espírita e passou. Agora ele aparece, mas fica quietinho num canto".

Brasil e o orçamento familiar tratado com responsabilidade: Mããeeee [a guria de 15 anos que parece 35], achei os óculos da M-I-N-H-A V-I-D-A. Custa o dobro do que tu tá pensando. 350 reais. Ai, mãe, me dá, é o óculos da minha vida. Passei três meses procurando ele. Me dá. Dá pra fazer em 10 vezes no cartão, naumdanada."

postado por Carol Bensimon as 22:56 | pitacos (7) | trackBack (0)

melhor roteiro original? ah, pára.
Duas ocorrências de alguma coisa não pode ser considerado uma tendência pelas vias normais, mas no meu exagero habitual, não me constranjo em dizer - com um certo atraso - que há um tendência no Oscar agora em premiar comédias bobas com a estátua de Melhor Roteiro Original. Primeiro foi Pequena Miss Sunshine, no ano passado, e agora esse decepcionante Juno.
Travestidos de filmes alternativos, dá pra aproximar os dois pensando que ambos focam a trama em losers americanos - gordos, intelectuais, feios, pobres, rockeiros, nerds e etc, mas ao mesmo tempo é impossível colocá-los do lado de b-sides de ótima qualidade, como Ghost World ou A Lula e a Baleia. Isso porque Juno tem um conservadorismo ideológico gritante. Com Pequena Miss Sunshine, tanto quanto posso me lembrar, acontece exatamente a mesma coisa. Juno é loser, logo, ela precisa se apaixonar por um loser que é, obviamente, retratado da forma mais loser possível. A própria Juno fica se divertindo às custas de suas pernas finas e brancas. Durante o filme inteiro, o sistema de "castas" nunca se quebra. Quem deve ficar com o bebê, aliás, é a mãe american way of life. Losers não são capazes de cuidar de filhos, e Juno de modo geral não está revoltada com o formato das coisas: apenas aceita tudo com resignação.
Podem achar que estou forçando a coisa além dos limites, mas me deprime pensar que pessoas cujo gosto cinematográfico eu respeito muito caiam de quatro por filmes como Pequena Miss Sunshine ou Juno (resumo de Pequena Miss Sunshine: família de loser num carro de loser com problemas de loser. Filha gorda e feinha decide ser miss (winner). Nesses filmes, as pessoas nunca são losers por convicção e entusiasmo. Elas simplesmente ou aceitam, ou querem encontrar uma brecha para mudar para o lado dos vencedores - concurso de miss).
Assim como os personagens que retratam, os dois filmes são supostamente alternativos, mas estão louquinhos para ser Hollywood, mesmo com tatuagens e uma carreira de stripper no histórico.

postado por Carol Bensimon as 16:27 | pitacos (19) | trackBack (0)

pergunta talvez não tão estúpida.
Se existe cerveja sem álcool, por que não cigarro sem nicotina?

postado por Carol Bensimon as 17:49 | pitacos (5) | trackBack (0)

california games' footbag


postado por Carol Bensimon as 13:30 | pitacos (5) | trackBack (0)

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