são chico.
Digamos que, na perspectiva de viajar pela própria viagem, viajar para um buraco qualquer PORQUE um buraco qualquer, São Francisco de Paula caiu muito bem no início da semana (assim como cai bem o luxo de viajar em dias úteis). Não há Disney-Gramado-Canela em São Chico, porque não há alemães inventando festas disso e daquilo, há uma pobre e resignada colonização portuguesa de pecuaristas falidos, gente contando centavos na padaria - que tem apresuntada, mas não presunto - e os vilões-da-terra eucalipto e batata como principais meios de sobrevivência. Também meninos laçando bois de madeira na rua, dificuldade extrema de achar um restaurante, um hotel enorme com dois quartos ocupados de frente para um lago meio-miragem e finalmente Miragem, a livraria de 2 milhões da milionária excêntrica, que já vira atração turística.
Achar um hotel, aliás, foi surrealismo à parte. Noite fechada, frio de tremer paulista (que comprou uma touca emergiencial) e fomos parar numas cabaninhas administradas por uma índia tomando mate e sua filha (?) loira e quieta. Fizeram-nos passar pelo meio da cozinha suja, dos flamingos de plástico e de repente aquela cabana ali que combinaria muito bem com uma machadinha espetada no crânio. Não, obrigada, vamos dar mais uma olhada por aí. Então quem sabe pagar um pouco a mais e ir direto ao Cavalinho Branco (cassino falido). Ok. Posters de Jesus com UFOs nos corredores, e também um da Transbrasil. Estufinha muquirana, cabeceira da cama com cara de escaravelho. Sol no dia seguinte compensou. Ripongagem no Lago São Bernardo enquanto o paulista trabalha (em breve nas bancas). E daí que, para fechar a jornada, meu carro estraga COMPLETAMENTE. Algo acontece no freio de mão, até que as rodas da trás não giram mais (algo bastante assustador) e o carro não sai do lugar. Acionei o seguro. Descemos a serra de guincho. Delícia de viagem.

postado por Carol Bensimon as 19:32 | pitacos (0) | trackBack (0)

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