Duas das peças dizem que o jornal impresso atinge 1,6 bilhão de pessoas por dia, enquanto uma outra diz 1,4 bilhão.
O texto tem como principal argumento para a sobrevivência dos jornais o fato de que os diários mais importantes já têm uma presença na Web e são das indústrias que mais investem no meio digital. Inclusive, concorda que provavelmente no futuro o papel deixará de ser usado para distribuir notícias. Ou seja, sob certo ponto de vista o jornal realmente está desaparecendo.
Informa-se que o gasto com publicidade em jornais é muito mais alto do que os recursos investidos em publicidade na Internet. É verdade, mas isso ocorre porque os jornais cobram preços inflacionados -- com razão, aliás, porque ainda têm mais credibilidade do que qualquer outro meio --, enquanto a Internet oferece baixo custo devido à própria eficiência do meio digital. O uso de publicidade na Internet vem crescendo, enquanto a alocação de recursos para o jornal impresso vem caindo.
O artigo apela para a conveniência do meio impresso em comparação com o digital ou qualquer outro. Nesse ponto, além de ignorar o desenvolvimento tecnológico mais recente, como leitores de e-books e telefones móveis capazes de acessar a Web, extremamente convenientes, ainda comete diversos equívocos. Por exemplo: "O jornal tem liberdade de extensão, amplitude e profundidade, em conteúdo, reflexão e detalhe". Nenhum meio tem mais liberdade de extensão, amplitude e profundidade do que a Web, com seu espaço ilimitado. É uma questão de pura física.
Bem, o próprio e tenebroso site da WAN já mostra que eles não compreendem muito bem a Internet. Não compreendem também o ponto principal: não é a Internet que está matando o jornal, mas o próprio abandono da qualidade promovido pelos mesmos diretores participantes da WAN, cuja primeira reação ao declínio comercial foi cortar postos de trabalho nas redações e apelar para notícias de "interesse humano" e distribuição de brindes.