Confesso que também reclamei dela no início, a trema era bonitinha, eu gostava do acento diferencial em "pára", e as "ideias" não parecem tão geniais sem acento. Mas precisamos nos conformar, como se conformaram aqueles que viram a pharmácia trocar o ph por f.
Mesmo fisicamente distante do Brasil, sou testemunha virtual de algo pra lá de curioso: meus amigos e conhecidos que fazem parte da "elite cultural" do país não param de ralhar, de amaldiçoar a reforma, e, em casos mais radicais, mas não raros, o sujeito simplesmente diz que se negará a deixar de lado a velha ortografia para adotar a nova. O que enxergo aí é bem claro: quem domina o código linguístico não quer ver o seu poder enfraquecido frente a mudanças que ele ainda não domina. Além disso, a maioria não quer se esforçar nem um pouco para manter a posição que conquistou.
Hoje acordei marxista.
postado por Carol Bensimon as 07:30 | pitacos (24) | trackBack (0)