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cotidianamente
A diversão agora é ficar adicionando lugares no software de previsão do tempo do ipod touch. Coisas tão opostas como Manaus e Yellowknife (no Canadá. Aquela última parada da série Caminhoneiros no Gelo). Quer dizer, é preciso saber que há outro tipo de clima e situação, que não seja essa, pegajosa, cinza e imutável. Para melhor ou para pior. Será que é assim que alguém vira homem/mulher do tempo? Algo como Poxa, desde criancinha, eu era fascinado por previsão. Todo mundo que ganhou, e adorou ter ganhado, um daqueles galos que supostamente mudavam de cor em função do tempo é um homem/mulher do tempo em potencial? Sei lá.
Mas eu escrevo. E o Pó de Parede apareceu ontem, na Zero Hora, como um dos 10 melhores livros nacionais do ano. Depois da ressaca açoriana na segunda, foi recompensador. De qualquer maneira, não devo usar esse blog (ou não muito) para auto-promoção. Para isso existe o carolbensimon.com, que eu andei atualizando com algumas novas resenhas.
Ontem vi um filme incrível, J'ai toujours rêvé d'être un gangster (Eu sempre sonhei em ser um gângster). O troço mais original que eu já vi em muito tempo. Humano e engraçado. Trilha impecável (por que eu ainda não conhecia esse Kris Kristofferson?). E a fotografia é de cair o queixo e os butiás do bolso. Separei um trailer aqui. Infelizmente, em tela assim pequena e em baixa definição, ele fica bem prejudicado, mas já dá pra sacar um pouco do clima. Ah, e infelizmente II, não consegui encontrar um trailer com legendas em inglês.




postado por Carol Bensimon as 07:00 | pitacos (3) | trackBack (0)

céline
Se é necessário uma prova de que não dá pra confundir vida de autor, caráter de autor, ou o diabo a quatro, com obra de autor, essa prova é Céline. O sujeito foi um anti-semita escroto, e seus panfletos disseminando idéias preconceituosas acabaram sendo responsáveis por um certo esquecimento do autor durante longo período. Ler Céline era como concordar com essas idéias.
Agora, entre os escritores franceses do século XX, ele é o mais traduzido. Só perde para Proust.
Acabo de ler Céline. Voyage au bout de la nuit (Viagem ao fim da noite, Companhia das Letras, esgotado). Maior livro da literatura francesa disparado (tá bom, empatado com L'Étranger, do Camus). Como parte, em certo sentido, da turminha existencialista, o sofrimento é atroz - e compartilhado pelo leitor. Mas, diferente de um Sartre da vida, Céline realmente não está a fim de fazer tese travestida de romance: há idéia E forma. Passagens sublimes. Descrições de rasgar alma. ;) Recomendo fortemente. Mas não toque nele num sábado à noite. Sábado à noite é dia de ver musicais franceses tomando sangria.

postado por Carol Bensimon as 11:00 | pitacos (7) | trackBack (0)

chinese democracy
Sou fã do Guns. Fã tardia, coisa menos hype do mundo, assim, e fã de um jeito meio enviesado. Me explico: tem música que não aguento, e cd que acho fraco. The Spaghetti Incident, por exemplo, me diz pouco. Tiro dali umas quatro.
Mas eu digo "fã" porque poucas músicas me tocam tanto quanto algumas do Guns. Como se elas representassem em melodia toda a minha existência até agora. Não, não tem nada a ver com letra. É trilha sonora pra vida, apenas. Tá, pode soar bem ridículo, mas não vou fingir que não é exatamente esse o sentimento que me dão.
(tem gente que entrava no meu carro e tirava sarro. Não citarei nomes. Ei, vocês sabem)
Fiz minhas primeiras audições do Chinese Democracy essa semana. É verdade que umas tantas eu já tinha ouvido. Better era a que eu mais conhecia, e talvez por isso seja uma das minhas favoritas. Gosto também da Chinese Democracy, I.R.S, e Madagascar. Desapontei-me com algumas (Scraped, Shackler's Revenge, Sorry), e outras ainda acho bem estranhas, como If the World. E a voz do Axl, bem, já não é mais a mesma, e também sinto falta daquela outra, a bem grave de músicas como Don't you Cry. Além de eu achar que o estilo do canto às vezes tende para o metal. Na música final, This I Love, por exemplo, rola um espírito André Matos descarado (pelos 30 segundos). De qualquer maneira, me pegou e, andando hoje num fim de tarde com ela em volume alto nos ouvidos, não pude deixar de sentir os arrepios Guns n' Roses de sempre.

(mas estou ansiosa para ouvir outras opiniões)

postado por Carol Bensimon as 15:55 | pitacos (10) | trackBack (0)

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