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procura-se:
vaga de correspondente-em-Paris. Só isso para combinar com minha poltrona de veludo vermelho.

postado por Carol Bensimon as 21:57 | pitacos (2) | trackBack (0)

pedidos.
Oficializo o que eu já estava fazendo pra um e outro: quem quiser comprar o Pó de Parede direto comigo, via correio, é só mandar recadinho pro gmail (carolbensimon tudo junto) e a gente combina. Salvo alguma grande exceção, deve ficar $30 mangos (25 do livro + 5 do envio).

postado por Carol Bensimon as 13:35 | pitacos (4) | trackBack (0)

pagando de Proust.
Tá, sou dessas que olha para trás e revive e conta pros outros (cada vez menos) e para si mesmo (cada vez mais). É a segunda vez que vou ao Rio esse ano. Tenho uma velha relação com o Rio, de férias de inverno, apartamento do vô e da vó, andar no calçadão, andar pra padaria, férias com rotina, saca? Com lugares de ter que ir, comidas de ter que comer mais uma vez, e tão segunda-casa, tão não-turismo, que eu demorei anos, mas anos mesmo, pra subir no Cristo. Bem, é a segunda vez que vou ao Rio nesse ano depois de uma seca de alguns (vô vendeu o apartamento, agora fico na tia-avó, já é casa, mas é diferente) e continuo tendo o insight a toda esquina de que pra criar laço forte a gente tem que estabelecer uma relação com o lugar ainda na infância. É assim com o Rio e é assim com Paris.
Nessa vez, foi ainda mais forte. Sensação de despedida. Eu sempre fazia isso quando pequena, me despedia dos lugares nos últimos dias, falava com a praia, falava com o shopping, falava com o restaurante, com o quarto. Depois fiquei adulta e não falei mais (nem por dentro). Só que, essa semana, de novo. Fui pro terraço, falei com a paisagem, morro, Lagoa, hipódromo, Jardim Botânico. Dei um tchau doído, porque agora vai demorar pra eu ir aparecer de novo por lá.

E São Paulo? Óbvia desvantagem estética, chega a ser constrangedor - se alguém não se importa com isso, é louco, desculpa - e até puxando pela via da memória é só tragédia: anos 80, eu com meus pais numa feira de vídeo que tinha que ir todo dia, fazer compras pra locadora e etc, e todo dia eu chorava só de imaginar que ia ver um sujeito vestido de vampiro promovendo sei lá que filme. Foi foda, foi traumático. Ah, também foi quando eu preferi comprar a máscara do Change Dragon do que uma das menininhas do bando.

postado por Carol Bensimon as 16:51 | pitacos (10) | trackBack (0)

azenha.
Mas esses dias veio à memória aquela guarda-chuva da Madonna que na verdade não era da Madonna (mas quase), e que me lembra Avenida Azenha na volta do colégio. Procurei por guarda-chuva + madonna e achei. Procurei por umbrella + madonna e achei. Parapluie + madonna não tentei, mas creio que funcionaria também, tipo mau gosto internacional. E hoje em dia é tudo preto e não sei quem tem razão, se 90 ou 2000.

guarda-chuva_noventa2.jpg

postado por Carol Bensimon as 22:53 | pitacos (3) | trackBack (0)

rio de janeiro.

Rio-de-Janeiro.jpg

postado por Carol Bensimon as 11:49 | pitacos (2) | trackBack (0)

são paulo.

Sao-Paulo.jpg

postado por Carol Bensimon as 12:51 | pitacos (7) | trackBack (0)

mordekhai.
Um judeu parisiense extremamente fanático resolveu pegar no meu pé, quer dizer, ele quer casar e ter filhos 100% judeus comigo ou, no mínimo, me apresentar uns caras da comunidade. Tudo começou assim: estou procurando um apartamento em Paris, à distância, algo pelo menos pros primeiros meses, e por isso me cadastrei num site desses que facilita o contato entre proprietários e interessados. Bem. Este cara me escreveu. Na verdade, no primeiro mail, onde eu esperava ver uma metragem, um valor, uma localização, pra dizer o mínimo, o sujeito colocou apenas um número de telefone. Respondi. Não estou em Paris, pouvez-vous blá blá blá détails blá blá blá. Os detalhes solicitados continuaram esparsos. E o cara de repente larga: é grande a comunidade aí? Nessas alturas, pelo nome (Moisés em hebraico, segundo minha mãe), eu já sabia que o sujeito era judeu. Respondi polidamente, ainda com esperanças de acesso ao apartamento que, nessas alturas, já me parecia evidente, era restrito a judeus (só pra explicar: o cara sacou pelo Bensimon). Novo mail, e nada de apartamento: tu é judia de pai e mãe? Armando-me de paciência, mas já deveras constrangida com o interrogatório, respondi que era só por parte de mãe. No mesmo dia, segue a próxima pergunta: e teu namorado, é judeu? Nessas, eu já estava possessa, e respondi que não, mas, por alguma razão, quando, na seguinte, ele pediu meu msn, eu dei... ok, tudo bem, confesso, eu devia estar pensando que no fim a comunidade judaica é um tipo refinado de maçonaria e que isso poderia me salvar da perspectiva de morar mal e passar fome em Paris. Mas, logo eu descobriria, o fato de ser judia e manter contato com esse cara insano ia, no máximo, fazer com que eu fosse nomeada a representante das brosses magiques (escovas mágicas) do Brasil. Calma, logo isso vai fazer sentido (ou não).
Quinze minutos depois de ter sido adicionada no msn pelo cara, meu telefone toca. Era ELE. Na hora pensei no serviço secreto israelense e me deu m-u-i-t-o medo. Como tu tem o meu telefone?, eu disse. Ele: tu colocou no teu cadastro. Ah, é. Momento de dar um FF no relato, porque é muita demência: o sujeito começou com uma pregação religiosa sem fim, pontuada aqui e ali por coisas referentes ao apartamento, mas depois ele esqueceu por completo esse assunto e queria era dizer que o melhor mesmo seria ir à Paris sem meu namorado, e que assim eu ficaria circundada pela FAMÍLIA (medo). Contando isso pra uma amiga que mora no Marais (bairro judeu & gay de Paris), ela me disse que os ortodoxos ficam pelas esquinas perguntando a quem passa, Você é judeu, você é judeu? Quem diz sim é levado pra uma salinha. Ok, folclores à parte, o cara continuou a tocar muito o horror e semear meu pavor aos fanáticos religiosos, e o pior de tudo é ouvir discurso hitleriano-ao-inverso (pureza dos judeus, não à "diluição") com TODOS os recursos e animações e cores e desenhos existentes do MSN. É possível que exista um cara desses? É. Pra coroar tudo isso, ele vende a BROSSE MAGIQUE. É uma escova cujas cerdas tu recolhe para poder tirar os cabelos que ficam acumulados ali. Há um site, há um vídeo do cara manipulando e falando sobre a escova. E ele queria que eu fosse a representante da brosse magique no Brasil. E eu disse: eu posso vender brosse magique em Paris! Mas depois eu fiquei com medo de novo e bloqueei o cara.

postado por Carol Bensimon as 19:19 | pitacos (9) | trackBack (0)

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