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outro blog.
Ganhei outro blog hoje, só pra falar de Paris. Fica dentro do clicRBS, e chama-se Paris 75004 (referência ao bairro onde eu moro, o que será devidamente explicado em algum post). Prometo comentários mordazes e fotos com cuias.

postado por Carol Bensimon as 17:46 | pitacos (5) | trackBack (0)

outra casa.
Tá, tenho outra pra contar envolvendo casas. E essa não fui eu quem procurou o insólito (como no caso da carta à casa-caixa, aqui nesse post e mais aqui): o insólito me procurou.
Recebi um mail de um sujeito que dizia ter ficado sabendo que eu escrevera um livro sobre a casa onde ele morara na infância. Com direito a memórias de períodos longínqüos. Com direito a link no Google Maps apontando a casa. Profundamente emocionada (esses contatos me pegam n'alma), vi que havia um duplo equívoco, na verdade. O primeiro: a "casa salmão" não é do Pó de Parede, mas do livro ainda não publicado. O segundo: a dele, embora salmão, ou rosa, diriam alguns (como eu), não era propriamente a casa salmão do Sinuca, posto que conheço, de longa data e muito deliciosas lembranças, a família-salmão.
Mas, peraí, esse sujeito, claramente emocionado me contando suas histórias de criança, o vento batendo nas persianas de madeira do sótão, e a família depois quebrada tendo que vender o lugar que haviam construído, estava falando de outra casa de peso do meu imaginário: a casa rosa da Prainha/Praia do Cachimbo. A casa rosa da Vila Conceição. Tu, portoalegrense, deve saber do que estou falando. A casa de "E o vento levou", como lembro da minha tia dizer quando eu era ainda muito pequena. E depois, e depois, quantas vezes lá de noite olhando o rio, sem muita noção do perigo, quantas vezes tomando chimarrão e vendo macumba e ouvindo cantos? E vendo a fumaça subir lá em Guaíba, que de longe é bem bonito. Quantas vezes e com tantas pessoas! Algo como o melhor que eu tirei de cada uma delas, e o que cada uma delas tirou de mim.

postado por Carol Bensimon as 17:11 | pitacos (12) | trackBack (0)

faz-de-conta.
Quem me conhece, conhece também minha testa franzida quando alguém fala em minicontos. Não acredito em minicontos. Mas, pelo bem das contradições, acabo de publicar um numa revista dos Açores chamada Magma, e como jamais alguém terá acesso a essa revista (ou melhor dizendo: a não ser que você more na ilha do Pico e arredores, o que eu não recomendo, pois muito ouvi falar nos tempos de pesquisa do mestrado nas nuvens de algodão-sujo que levam instantaneamente à depressão), reproduzo-o aqui. Para a publicação, tive que adequar a palavra "traguinho" ao vocabulário açoriano (ficou "copinho"), mas aqui mantenho o original.



Faz-de-conta

Para começar tudo de novo, uma ilha bastaria. Sem barco, sem telefone, sem sonho de fuga e um mais-que-proibido-falar-com-deus. E que não se acreditasse no invisível: nem nos ácaros, nem no além-mar. Entre dez e vinte pessoas, tão somente isso, porque suficiente para o traguinho do final da tarde, mas pouco para a existência dos muitos estratos sociais que servem às pesquisas mercadológicas. Uma ilha bastaria, e um nada imaginado em volta, para a certeza do amor num raio de um quilômetro e meio, da roupa de cor adequada nesse ano e nessa estação, e do saber aonde se quer chegar (que é aqui mesmo). Enfim, um tudo pertinho de estar bem.

postado por Carol Bensimon as 14:01 | pitacos (10) | trackBack (0)

açorianos.
Com o frio chegando e as saídas mais curtas, eis que o lar é tomado por dupla boa notícia: o Pó de Parede é finalista do Açorianos na categoria "conto", e o Desencantado Carrossel, do senhor-namorado, finalista da "poesia'" (para os não-gaúchos, explico que Açorianos é um prêmio literário promovido pela prefeitura de Porto Alegre, e digamos que o único do Estado). Os vencedores serão divulgados em cerimônia estilo Oscar no dia 15 de dezembro, se não me passaram informação equivocada. Será que eu deixo um vídeo de agradecimento na manga? Uh.
E já que a divulgação está meio lenta para a vida-líquida-mundo-contemporâneo, faço eu a função de jornalista. Tó a lista (parabéns também ao menino Tony e seu faroeste com zumbis):

Categoria NARRATIVA LONGA
Acenos e afagos, João Gilberto Noll, editora Record.
Depois do sexo, Marcelo Carneiro da Cunha, editora Record.
Areia nos dentes, Antônio Xerxenesky, Não Editora.

Categoria ESPECIAL
Álbum de Porto Alegre 1860-1930, Org. Marcos G. Lindenmayer, editora Nova Roma.
Dicionário de Figuras e Mitos Literários das Américas, org. Zilá Bernd, editora UFRGS.
Teatro de Arena Palco de Resistência, Rafael Guimaraens, editora Libretos.

Categoria CONTO
Alguns procedimentos para ocultar feridas, Juarez Guedes Cruz, editora Movimento.
Pó de Parede, Carol Bensimon, editora Não Editora.
Tocata e Fuga, Luís Dill, editora Bertrand Brasil.

Categoria CRÔNICA
Agora eu era, Cláudia Laitano, editora Record.
É Foch!, Nei Lisboa, editora L&PM.
Ópera dos Vivos, Jayme Copstein, editora EST Edições.

Categoria POESIA
Desencantado Carrossel, Diego Grando, editora Não Editora.
Estrela Boieira - Antero Marques – Organizadores: Valdir Amaral Pinto, Paulo Estivalet Flores Pinto e Miguel Frederico do Espírito Santo, editora EST Edições.
Lunário Perpétuo, Eduardo Dall’Alba, editora Belas Letras e Espaço Engenho e Arte.

Categoria ENSAIO DE LITERATURA E HUMANIDADES
A Mão e o Número – sobre a possibilidade do exercício da intuição nas novas tecnologias, Mário Furtado Fontanive, editora UniRitter.
Artes Plásticas no Rio Grande do Sul – Uma Panorâmica, Paulo Gomes, editora Lahtu Sensu.
Machado e Borges e outras histórias de Machado de Assis, Luís Augusto Fischer, Arquipélago Editorial.

Categoria LITERATURA INFANTIL
Brincriar, Dilan Camargo, editora Projeto.
O Circo Mágico, Alexandre Brito, editora Projeto.
Sai Pra Lá!, Ana Terra, editora Larousse Júnior.

Categoria LITERATURA INFANTO-JUVENIL
Diogo e Diana em: Meu vizinho tem um Rottweiler (e jura que ele é manso...), Tabajara Ruas e Nei Duclós, editora Galera Record.
Olhos Vendados, Luís Dill, editora DCL (Difusão Cultural do Livro).
Uma colcha muito curta, Sérgio Capparelli, editora L&PM.

postado por Carol Bensimon as 14:12 | pitacos (11) | trackBack (0)

certo desencontro.
Foi em julho, acabo de verificar, JULHO, que deslizei uma carta e um livro por baixo da porta da casa-inspiração para a primeira história do Pó de Parede, A Caixa. Nesse post, há a reprodução da tal. Bem. Após dias e meses sem resposta, ao ponto de eu achar que a família havia se ofendido de uma forma que, enfim, eu não compreendia - ou que realmente eles eram muito muito estranhos, pois eu não teria problema nenhum em mandar um mail de meia dúzia de palavras para um escritor maluco que me fez literatura, eis que recebo finalmente um mail. Detalhe: fazia uma semana que eu me mudara para Paris. Portanto estamos falando de início de outubro, quando não me restava nenhuma esperança de contato. Pois estava ali na biblioteca do George Pompidou, acessando a Internet que ainda não tinha em casa, e há esse mail na minha caixa com o título: convite. Abro. "Gostaria de convidá-la para conhecer a casa que serviu de inspiração para teu romance. Fiquei muito feliz com o teu carinho, ao enviar-me um exemplar do livro. Aguardo a tua visita". Quase me rasguei em pedacinhos. Segurei a decepção com a impossibilidade, a incompreensão do atraso, e respondi explicando a situação e perguntando se o convite duraria até julho (quando irei passar as férias no Brasil). Respondeu-me que serei muito bem-vinda e coisa e tal. Então aguardamos mais esse episódio.

postado por Carol Bensimon as 08:21 | pitacos (6) | trackBack (0)

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